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Covid-19: Não adianta fazer lockdown no pico da curva de casos, diz Saúde

Ana Carolina Silva e Flávio Costa

Do UOL, em São Paulo

11/04/2020 18h16

O Ministério da Saúde afirma que não adiantará fazer um lockdown, o isolamento total, se houver uma aceleração descontrolada dos casos do novo coronavírus.

"Não adianta fazer isso no pico da curva, muitas vezes você vai ver uma queda que possivelmente não vai ser pelo lockdown. O crescimento dessa doença é exponencial. Chega em um ponto da curva em que não adianta mais fazer o lockdown porque a transmissão já está disseminada em uma região", afirmou hoje, durante entrevista coletiva, Wanderson Oliveira, secretário de vigilância em saúde do ministério.

Em uma situação de bloqueio total, a polícia controla a entrada e saída de cidadãos de suas casas. Apenas locais extremamente essenciais, a exemplo de farmácias, hospitais e supermercados ficam abertos.

"Quando esta curva sobe muito rápido, parecendo uma montanha bem íngreme, essa curva vai ser impossível. Nem o lockdown vai dar conta de reduzi-la. Eu creio que o momento não é de pensar em lockdown, é de pensar em distanciamento social".

O Ministério da Saúde anunciou hoje que subiu para 1.124 o número de mortes registradas pelo novo coronavírus no Brasil — 68 óbitos confirmados nas últimas 24 horas. Até ontem, eram 1.056 mortes.

No total, são 20.727 casos oficiais no país até agora — aumento de 1.089 diagnósticos em um único dia —, segundo o Ministério.

Oliveira afirmou que a realidade de cada lugar tem que ser avaliada antes de se decidir pelo isolamento total.

"O momento exato de se fazer isso é bastante complexo, porque cada local e cada realidade têm de ir monitorando a ocupação de leitos que existiam antes da epidemia", afirmou.

"O lockdown foi aplicado quando o sistema entrou em colapso de forma muito abrupta, na Itália, nos EUA, e em algumas regiões onde foi aplicado o bloqueio total, o lockdown. Isso implica em controle de acesso em entradas e em saídas", acrescentou,