Teste em massa não quer dizer testar toda população, diz novo ministro
O novo ministro da Saúde, Nelson Teich, anunciado ontem pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), falou, em entrevista ao telejornal SBT Brasil, sobre suas ideias para o trabalho de combate à pandemia do novo coronavírus. Ele destacou o plano de colher informações sobre a doença, discurso que adotou durante o seu primeiro pronunciamento como ministro, e afirmou que testes em massa não significa testar toda a população.
"O teste em massa não quer dizer que você vai testar todo mundo. Porque, se a gente fala da Coreia do Sul, por exemplo, que fez testes, ela testou menos que a Itália", declarou.
Segundo Teich, há muita incerteza em relação a quando a doença covid-19 vai passar. Para reforçar essa ideia, usou o exemplo da gripe espanhola, que teve três momentos de pico. Ele espera que, no decorrer do tempo, surjam mais testes, ou que os testes fiquem mais baratos para a população.
O novo ministro repetiu o que disse na entrevista coletiva concedida na tarde de ontem, sobre não poder polarizar saúde e economia e que, na realidade, são duas áreas que deveriam trabalhar juntas. "Toda vez que você trabalha coisas que deviam ser juntas de uma forma heterogênea, fragmentada, você diminui a eficiência de tudo o que você faz", ponderou.
Equipe do ministério será trocada?
Questionado se substituirá todo o corpo técnico da pasta, ou se manterá nomes, Teich respondeu que pretende antes conhecer o ministério. "Estou chegando agora. Isso foi feito agora à tarde. Então eu vou sentar, vou ver a equipe, vou ver as pessoas, sentar com o ministério, sentar com o presidente, e a gente vai decidir."
Bolsonaro disse ter escolhido Teich por seu profissionalismo e reconhecimento na sociedade, mas principalmente pela afinidade entre os dois quando se trata da união de saúde e economia.
O antecessor no comando do ministério, Luiz Henrique Mandetta, foi demitido ontem, após dias de tensão com o presidente, que, ao contrário dele e da Organização Mundial de Saúde (OMS), é contra o isolamento social horizontal como meio de combater o coronavírus — Bolsonaro defende um isolamento mais brando, que afete apenas os grupos de risco para a doença.
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