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PE é o 3º estado com fila de espera em UTI para casos graves de covid-19

15/04/2020 - Coronavírus: paciente com máscara de proteção chega de ambulância em hospital de Recife (PE) - Veetmano Prem/Fotoarena/Estadão Conteúdo
15/04/2020 - Coronavírus: paciente com máscara de proteção chega de ambulância em hospital de Recife (PE) Imagem: Veetmano Prem/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

20/04/2020 17h39

O secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, anunciou hoje que o estado já tem fila de espera para pacientes graves com covid-19. Antes de Pernambuco, Amazonas e Ceará também já haviam anunciado colapso em seus sistemas.

Até agora, Pernambuco criou 304 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) exclusivos para covid-19, mas a ocupação já chegou a 99% hoje e não há mais vagas de imediato. Para liberar uma vaga, só quando um paciente morrer ou tiver alta.

"É uma situação crítica, que coloca algumas pessoas na fila aguardando mais tempo do que deveria por um leito de UTI. Nós estávamos um passo à frente da doença na criação de novas vagas, mas esse passo não existe mais. Isso é bastante preocupante", disse.

De acordo com o boletim divulgado hoje, Pernambuco confirmou 231 novos casos da covid-19 e 18 mortes nas últimas 24 horas. Agora, o estado totaliza 2.690 casos confirmados. Com isso, o estado já totaliza 234 mortes pelo novo coronavírus.

Situação é pior em Recife

O epicentro da epidemia está em Recife, o que obrigou o estado a buscar transferir pacientes graves da capital para o interior. O Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru (130 km de Recife), por exemplo, tem 26% da ocupação de leitos de pacientes da região metropolitana da capital.

Segundo o secretário, o problema principal está na falta de isolamento social por parte da população. Longo afirma que a taxa ideal seria de 70%, mas os índices hoje estão em 50%, em média.

"Apesar de todos os esforços, todos os modelos apontam para um aumento de número de casos, e consequente aumento de mortes. Esse isolamento [baixo] resultará num curva mais acelerada, e em um maior número de óbitos", disse.

Hoje, o Recife alcançou 100 mortes, com 1.399 casos confirmados. "É uma marca triste. Esse colapso total da rede não aconteceu antes porque houve uma grande ação para criar leitos. Se não tivéssemos, seria muito pior", afirma o secretário de saúde do Recife, Jailson Correia.