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"Pior está por vir", diz Bruno Covas; cidade amplia capacidade de enterros

Do UOL, em São Paulo

23/04/2020 13h45

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), afirmou hoje que ainda espera o pior momento da epidemia do novo coronavírus na cidade. Em entrevista coletiva, ele reforçou a necessidade de isolamento social e citou os quadros dramáticos vistos em outros locais.

"O pior ainda está por vir. Nossa prioridade é a defesa da vida da população de São Paulo. Vamos fazer o possível para não termos em São Paulo o que vemos pelo mundo", explicou Covas.

O mandatário lembrou a situação vista principalmente em Guaiaquil, que vive um colapso no sistema funerário, que foi aprofundada pela pandemia. "Do Equador a Nova York a questão dos enterros das vítimas tem sido um desafio", avaliou.

A cidade equatoriana foi usada em uma nova campanha incentivando as pessoas a ficarem em casa durante a pandemia. As imagens mostram a situação de Guaiaquil, citando o problema enfrentado no sistema de saúde e funerário.

Para isso, Covas anunciou hoje um plano de contingência do serviço funerário na capital durante a pandemia. A medida, entre outras ações, quase dobra a capacidade de enterros por dia e a contratação de mais coveiros.

Segundo o político tucano, a aumenta a capacidade de sepultamentos de 240 para 400 corpos diariamente. Para dar conta da demanda, a prefeitura contratou 220 coveiros e pode dobrar o número caso necessário.

"Temos que estar preparados para os piores cenários. Claro que isso vai depender não só em relação à demanda do serviço funerário, mas mais uma vez o quanto as pessoas estão aderindo à quarentena e colaborando com o poder público", disse Bruno Covas. "Até o dia 10 maio, novas avaliações estão sendo feitas. As decisões que estão sendo tomadas a partir do dia 11 dependem do apoio da área da saúde. O que a prefeitura não pode é não estar preparada para um cenário de maior dificuldade. Tomara que a população ajude e não seja necessário usar essa infraestrutura."

O prefeito de São Paulo também diminuiu para uma hora a duração de enterros e com limitação para apenas 10 pessoas. Os casos suspeitos e confirmados de covid-19 não serão velados. Além disso, segundo o político tucano, o sistema funerário está estruturado para funcionar 24 horas por dia caso necessário.

Também foi criada uma central telefônica junto ao 156 para o atendimento do serviço funerário e a compras de oito câmaras refrigeradas que podem guardar até mil corpos aguardando sepultamento.