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Vice-governador de SP admite subnotificação de coronavírus: '5 vezes mais'

Rodrigo Garcia prometeu que casos suspeitos começarão a ser testados - Charles Sholl/Brazil Photo Press/Folhapress
Rodrigo Garcia prometeu que casos suspeitos começarão a ser testados Imagem: Charles Sholl/Brazil Photo Press/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

23/04/2020 12h26

Epicentro da pandemia de covid-19 no Brasil, o estado de São Paulo pode ter muito mais que os quase 16 mil casos já confirmados de contaminação. Foi o que admitiu hoje o vice-governador Rodrigo Garcia (DEM). Baseado em dados de pessoas que contraem o coronavírus, mas não apresentam sintomas, Garcia reconheceu que a subnotificação é uma realidade no estado.

"Sem medo de errar, nós temos cinco vezes mais casos daqueles notificados em São Paulo, até porque ele (coronavírus) se manifesta em 20% da população", afirmou o vice-governador em entrevista à Globonews. Segundo a estimativa, o estado teria quase 80 mil infectados.

"Se temos 15 mil (casos confirmados), temos cinco vezes mais pessoas infectadas com o vírus que não apresentaram sintomas. Também temos aqueles que vão superar o vírus em casa (sem procurar a rede pública de saúde)", explicou Garcia. Até ontem, São Paulo tinha 15.914 casos confirmados e 1.134 mortes causadas pelo novo vírus.

Como estratégia de combate à subnotificação, Rodrigo Garcia voltou a lembrar a promessa de testagem em massa que o governo já vem comentando há alguns dias, planejada para ter início em 15 de maio. A ideia é aumentar consideravelmente o número de testes de maneira estratégica, baseada em grupos de pessoas e regiões mais afetadas pela doença.

"Semana que vem será apresentada nossa estratégia de testagem em massa. A partir da testagem em massa serão testados os suspeitos", adiantou o vice-governador. Hoje, São Paulo ainda não consegue testar casos suspeitos. Com isso, se acumulam os relatos de pessoas que tiveram a doença, mas não entraram nas estatísticas por falta de testes.

Reabertura "heterogênea"

Com o fim da quarentena em São Paulo inicialmente previsto para 10 de maio, Garcia deixou claro que o plano para a reabertura do comércio será diferente para cada região do estado e setores da economia. Ele defendeu o anúncio do planejamento feito ontem, mesmo semanas antes do fim das medidas mais rígidas de isolamento social.

"A demonstração do governo foi de planejamento, não estamos dizendo que no dia 11 de maio estará tudo aberto. Estamos dizendo que a epidemia como é heterogênea, é menor no interior, também teremos uma quarentena heterogênea. Vamos tratar as regiões de maneiras diferentes, para que a gente possa avaliar cidade por cidade, setor por setor", explicou.