Coronavírus

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Caiado: 'Não estou conseguindo convencer as pessoas da importância da vida'

Do UOL, em São Paulo

30/04/2020 16h07

O governador do Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), afirmou nesta tarde que não comentaria sobre pronunciamentos a respeito da saúde do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e que sua prioridade é tentar convencer a população a respeitar medidas de isolamento social durante a pandemia do novo coronavírus.

"Eu não vou ficar comentando fala do presidente. Problema dele se pegou o vírus", disse ele em entrevista à CNN Brasil após ser questionado sobre uma entrevista dada por Bolsonaro, nesta manhã, na qual o presidente declarou que "talvez tenha pegado o vírus no passado".

Defensor do isolamento social, Caiado afirmou ser necessário definir prioridades e que no momento em que se discute vidas não se deve colocar em pauta opiniões políticas.

"Eu não estou conseguindo convencer as pessoas da importância da vida. Neste momento, minha preocupação é só essa", afirmou ele, em referência ao aumento de circulação de pessoas nas ruas à medida que os casos de covid-19 crescem no país.

O governador também citou que participará, nesta tarde, de uma videoconferência com o ministro da Saúde, Nelson Teich, para tratar sobre a saúde pública de Goiás: "É o assunto que me toma todo o tempo e é nele que tenho que concentrar todas as minhas ações", observou.

Fomos o 1º estado a impor quarentena. Temos um trabalho de conscientização forte. Com os resultados exemplares, a movimentação de pessoas nas ruas cresceu. Acham que o pior já passou. Não! O isolamento precisa continuar. Senão tomarei as medidas necessárias. https://t.co/eTbP9dnVTx
-- Ronaldo Caiado (@ronaldocaiado) April 29, 2020

Apesar de declarar que não realizaria comentários políticos, Caiado disse discordar de Bolsonaro quando o presidente diz que as vítimas da covid-19 entram na conta dos governadores e prefeitos. "O SUS é tripartite", disse ele, acrescentando: "A União é parceira do processo".

"Não sou tutelado de ninguém. Tenho minha independência intelectual e moral", finalizou ele, dizendo que discutirá assuntos políticos quando a crise do coronavírus passar.