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Coronavírus iniciou disseminação no fim do ano e avançou rápido, diz estudo

Pesquisa reforça hipótese do surgimento do vírus pouco tempo antes do primeiro caso reportado na China  - Thomas Peter/Reuters
Pesquisa reforça hipótese do surgimento do vírus pouco tempo antes do primeiro caso reportado na China Imagem: Thomas Peter/Reuters

Do UOL, em São Paulo

06/05/2020 10h47

Um estudo britânico pode pôr fim às especulações de que o coronavírus estaria circulando há muito mais tempo do que foi divulgado pelo mundo. A vasta análise genética, que investigou mais de 7.600 pacientes, mostrou que o vírus causador da covid-19 só começou a circular no final do ano passado e teve um avanço rápido, justificando assim o início da pandemia.

A análise foi feita por pesquisadores britânicos utilizando uma base da dados global alimentada por cientistas de todo o mundo. O estudo mostrou que as primeiras pessoas foram infectadas no final do ano, pouco antes do primeiro caso reportado pela China, em 31 de dezembro.

"Isso exclui qualquer cenário que assuma que o Sars-CoV-2 (tipo de coronavírus que causa a covid-19) possa estar em circulação muito tempo antes de ser identificado", afirmou o estudo liderado pelo pesquisador Francois Balloux, do Instituto de Genética da Universidade de Londres.

Balloux também deu uma má notícia a respeito da análise: consideravelmente poucas pessoas no mundo já contraíram o vírus, o que tira a possibilidade de grande parte da população ter imunidade à doença. Segundo o pesquisador, no máximo 10% das pessoas foram expostas ao novo coronavírus ao redor do globo.

Outras conclusões importantes do estudo apontam que a velocidade de transmissão do vírus não tem se acelerado significativamente e também que a letalidade tem se mantido estável. "O vírus está mudando, mas isso não significa que esteja ficando pior", afirmou Balloux à CNN, lembrando as mutações que o novo coronavírus tem apresentado.

O pesquisador britânico ainda bateu na tecla de que é inútil tentar afirmar com 100% de certeza quando aconteceu o primeiro caso em cada país. "Todas essas ideias sobre tentar achar o paciente zero são sem sentido porque há muitos pacientes zeros", concluiu Balloux.

A hipótese mais considerada para o surgimento do novo coronavírus foi uma mutação que chegou aos humanos proveniente de um morcego, tendo passado antes por outro animal. A primeira infeção poderia ter se dado nos chamados mercados vivos chineses, onde animais silvestres são vendidos e alguns são abatidos na hora.