Covid-19 em São Paulo mata 1 a cada 5 em UTI: 'Mais grave do que parecia'
A letalidade da covid-19 no estado de São Paulo tem preocupado e surpreendido o governo estadual. De acordo com dados divulgados hoje, a doença mata um a cada cinco pacientes internados em UTIs. O estado teve 197 mortos nas últimas 24 horas e contabiliza 4.315 óbitos.
"Aproximadamente 8% das pessoas que foram diagnosticadas vieram a óbito. E não foi por falta de UTI. A cada dia que passa o vírus é mais agressivo do que parecia no início da pandemia. Hoje está claro que a infecção causa uma doença sistêmica e não só pulmonar. A doença é mais grave do que estamos pensando", disse o coordenador de Controle de Doenças da Secretaria estadual de Saúde, Paulo Menezes, em entrevista coletiva concedida no Palácio dos Bandeirantes.
A taxa de mortalidade de pacientes com coronavírus que chegam a UTI é grande e 20% dos doentes morre, declarou o diretor do Hospital Emílio Ribas, referência em infectologia. "Quem já está internado nos leitos de UTI, de cada 5 pacientes, um deles não volta para casa. Isto é importante para não ter uma falsa sensação de segurança porque não vai faltar leitos de UTI. A questão não é esta."
Ele acrescentou que a covid-19 não afeta somente o pulmão. Estudos mostram que os rins são atacados e 4 em cada 10 pacientes precisam de diálise. Pereira Júnior acrescentou que há casos em que mesmo depois de receber alta, o paciente precisa continuar com as diálises. O diretor do Instituto Emílio Ribas ainda lembrou que muitas pessoas ficam com sequelas nos pulmões.
O número reforça o discurso do governo paulista de que o isolamento social é a única forma de evitar a disseminação da doença.
"Temos que trazer o índice de isolamento acima de 55%. Temos duas questões envolvidas, que é a prevenção, para diminuir a transmissão, mas também para você não ficar doente", disse o secretário de Saúde, José Henrique Germann.
O coordenador do Centro de Contingência ao Coronavírus, Dimas Covas, declarou que a covid-19 desafia todo o conhecimento que era acumulado sobre epidemias e acrescentou que abandonar o isolamento social faz que todo o esforço feito antes seja perdido. "Você coloca de novo o vírus em circulação. [Com a baixa taxa de isolamento social] O panorama aponta para uma piora nos indicadores, nos números de casos, nos números de mortes".
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