Vice-governador de SP contesta gestão Teich e vê falta de plano nacional
O vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (DEM), disse hoje que não vê atitudes do Ministério da Saúde suficientes para liderar o país no processo de reabertura econômica após o período da quarentena pelo novo coronavírus. A pasta nacional planejava anunciar ontem uma plataforma de orientações sobre o isolamento social, mas adiou em cima da hora a medida.
"Eu não conheço iniciativas do Ministério da Saúde nesse sentido, apenas uma narrativa com relação à abertura econômica", afirmou Garcia em entrevista à Globonews. "O que estamos fazendo é um plano muito detalhado e responsável, quando a epidemia nos garantir que isso seja feito", completou.
Em São Paulo, o governo ainda não prevê quando poderá iniciar o processo de reabertura, chamado de Plano SP, já que os números da covid-19 continuam subindo no território paulista. No momento, a epidemia avança principalmente em direção ao interior.
"O esforço no governo de São Paulo é com base na ciência, nos dados técnicos, no crescimento da epidemia", reforçou o vice-governador.
Para Garcia, o ministério agora liderado por Nelson Teich tentou coordenar mais as ações de estados e municípios no início da pandemia, quando Luiz Henrique Mandetta ainda era o titular da pasta. No entanto, tem esbarrado na postura do presidente Jair Bolsonaro de se manter contra o isolamento social como tem sido feito por estados como São Paulo.
"O Ministério da Saúde tentou fazer essa coordenação inicialmente, apesar da vigilância do ministério ser muito responsável, mas foi ficando para trás em relação à narrativa do presidente e deu autonomia aos estados e municípios pelo STF para tomar suas decisões", afirmou.
O vice-governador ainda esclareceu como foi tomada a decisão do estado de não seguir o decreto de Bolsonaro que incluiu academias, salões de beleza e barbearias na lista de atividades essenciais.
"Essa discussão está existindo porque ficou evidente que a decisão do governo federal foi feita aparentemente sem uma base na ciência, o próprio ministro da Saúde foi surpreendido com essa decisão. O que nós fizemos em São Paulo? Demandados ao Centro de Contingência (da covid-19) se era válido abrir esses setores ou não", relatou.
"A nota técnica de São Paulo mostrou os motivos de nesse momento não pensarmos em flexibilização nesses dois setores", completou Garcia.
Cidades que atenderam decreto nacional
Apesar de ser contra a liberação para academias, salões de beleza e barbearias, o governo de São Paulo não deve entrar em atrito com cidades do interior que já anunciaram que vão atender ao decreto de Bolsonaro e permitir esses serviços.
"Queremos evitar essa briga, queremos mostrar aos municípios que as nossas decisões têm base na ciência. E hoje São Paulo é o epicentro da epidemia no Brasil", disse Garcia. "Temos uma nota técnica sobre a evolução da epidemia, sobre o risco que esses setores causam se tiverem abertos para que a epidemia cresça violentamente", completou.
"O vírus não respeita fronteira, então é difícil você imaginar que uma cidade abre e uma outra mantenha fechada e o vírus não vá se espalhar. Não é justo que aquelas cidades que querem abrir setores olhem apenas seu território. No fundo os leitos (hospitalares) são estaduais e se precisar uma região apoiar a outra no atendimento à saúde isso será feito", concluiu o vice-governador.
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