Topo

Esse conteúdo é antigo

Covid-19: Guedes e Damares defendem liberdade para escolha de cloroquina

24.abr.2020 - De máscara, o ministro da Economia, Paulo Guedes, acompanha pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) - Edu Andrade/Fotopress/Estadão Conteúdo
24.abr.2020 - De máscara, o ministro da Economia, Paulo Guedes, acompanha pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) Imagem: Edu Andrade/Fotopress/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

15/05/2020 18h59

Dois ministros do governo Jair Bolsonaro (sem partido), Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e Paulo Guedes (Economia), defenderam a liberdade de escolha ao falarem sobre o uso da cloroquina no tratamento de pacientes que testaram positivo para o novo coronavírus. Após a saída de Nelson Teich do Ministério da Saúde, a expectativa é que um protocolo que amplia o uso do medicamento seja entregue nos próximos dias.

Já na reta final da entrevista coletiva sobre os 500 dias do governo Bolsonaro, Damares declarou que é "direito do paciente ter acesso ao remédio". O uso da cloroquina foi o principal embate entre Teich e Bolsonaro, já que o presidente é a favor do uso do medicamento em todos os casos na doença, e não apenas nos mais graves.

"Ninguém é obrigado a tomar cloroquina, então aqueles que não acreditam no remédio façam agora uma declaração falando 'eu não quero tomar, e meu filho está proibido de tomar'. Faça só isso, ninguém é obrigado a tomar cloroquina, mas, antes de fazer a declaração, procure as outras correntes da ciência que estão defendendo que o remédio adicionado ao (anti)coagulante está dando certo. Vamos entender que a ciência tem correntes", disse a ministra, dando ênfase aos estudos que mostrariam a eficácia do medicamento, sem considerar outros que ressaltam seus efeitos colaterais e demonstram pouca significância para evitar mortes pela covid-19.

"O ministério dos Direitos Humanos está sendo acionado o dia inteiro de brasileiros que querem ter o direito de escolher se tomam ou não tomam. É direito do paciente dizer se toma ou não toma. Então é direito do paciente ter acesso ao remédio", acrescentou.

"Os médicos querem autonomia médica no Brasil garantida para prescrever porque eles acreditam no remédio, é simplesmente isso. Quem não acredita, não toma. Quem acredita e está vendo os inúmeros testemunhos no Brasil e no mundo e correntes da ciência defendendo, toma", afirmou a ministra.

Guedes ressalta direito individual e ignora medida de saúde pública

Na sequência, Guedes manteve a mesma linha de raciocínio. "Foi tocado um tema aí que eu acho importante que é a liberdade, o respeito à diferença de opinião. Eu acho muito importante. Como eu não entendo de saúde, eu fico olhando. Boto a máscara, fico em isolamento, sou chamado para trabalhar, venho, volto, depois boto a máscara de novo, lavo a mão. Eu estou meio perdido no tiroteio da saúde, não é a minha especialidade. Mas eu acho importante a ideia de respeitar a opinião do outro", começou.

"Então, por exemplo, se você não quer esse remédio, você diz que não quer. Da mesma forma, se você é um cidadão saudável, informado e quer sair de casa, é um direito seu sair de casa. Você não pode ser preso, derrubado e algemado porque você quer sair na rua. Você sabe do risco que está correndo", falou Guedes, sem se preocupar com o impacto na saúde pública e antes de citar Bolsonaro como exemplo.

"O presidente fala o seguinte: é um direito do cidadão sair andando pela rua. Ele diz, eu tenho o direito de sair andando, ele diz dele mesmo. Fim de semana eu vou sair andando. Eu estou são, não vou infeccionar ninguém, eu posso andar se eu quiser. É um direito dele ser infectado, ele não tá infectando ninguém. Então, ele pode ser infectado, é um direito dele."