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Governo do Rio prevê retomada gradual da economia de junho até agosto

Lucas Tristão, secretário de desenvolvimento econômico do Rio de Janeiro - Caio Blois/UOL
Lucas Tristão, secretário de desenvolvimento econômico do Rio de Janeiro Imagem: Caio Blois/UOL

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

20/05/2020 19h08

Apesar de o Rio de Janeiro ter chegado a mais de três mil mortes nesta quarta-feira (20), o secretário estadual de desenvolvimento econômico Lucas Tristão apresentou hoje um plano do governo que prevê a retomada gradual da atividade econômica de junho até agosto em meio à pandemia do novo coronavírus.

O governo Wilson Witzel, entretanto, se dizia favorável ao lockdown. Chamado de "pacto social pela saúde e economia" para "frisar a participação ativa da sociedade", o plano tem gatilhos para flexibilizar o retorno das atividades não-essenciais.

"É necessário tomar novas medidas devido à crise que não para. Muda o conteúdo, mas é contínua. Temos que criar isso para planejar nossos próximos passos. Não há um mercado consumidor se abrindo ao mesmo tempo que os outros mercados. É uma crise em ondas. Esse plano é uma resposta às novidades", afirmou Tristão.

O plano contém "gatilhos" para balizar as decisões em três fases de retorno, a depender da evolução da curva de casos e da abertura de leitos de UTI. Seis hospitais de campanha do Rio estão atrasados, e com a suspeita de fraude encontrada pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção do MPRJ na compra de respiradores, a infraestrutura tende a demorar ainda mais para ser entregue.

"Temos que nos preparar para evitar os danos da segunda onda da recessão econômica. Foi feito em conjunto com a secretaria de saúde, pois o que vai determinar o andamento do plano é a recomendação dada por eles. Os protocolos serão todos orientados pelos técnicos da secretaria de saúde", completou Tristão.

Os gatilhos ativam três bandeiras: vermelha, amarela e verde, cada uma com condições e medidas pré-estabelecidas. Antes disso, porém, o governador Wilson Witzel manteve restrições por decreto até o dia 31 de maio.

Bandeira vermelha (restrição)

Taxa de ocupação dos leitos de UTI acima de 90%

Medidas:

- Uso obrigatório de máscaras

- Circulação de pessoas e veículos apenas quando necessário

- Locais públicos de lazer e turismo não devem ser utilizados

- Restaurantes apenas com 30% de capacidade e 2m entre mesas

- Transporte público intermunicipal entre região metropolitana, capital e interior apenas para atividades essenciais

- Aulas, eventos, academias e shoppings suspensos

Bandeira amarela (flexibilização)

Taxa de ocupação dos leitos de UTI entre 70% e 90% e curva de crescimento de novos casos caindo na média semanal

Medidas:

- Uso obrigatório de máscaras

- Circulação de pessoas e veículos devem ser evitadas

- Locais públicos de lazer e turismo não devem ser utilizados

- Restaurantes com 50% da capacidade e 2m entre mesas

- Aulas, eventos, feiras, shows e comércio ambulante suspensos

- Retomada de shoppings, atividades desportivas e academias com restrições de espaço e protocolos de higiene

- Transporte público intermunicipal sem restrições

Bandeira verde ("novo normal")

Taxa de ocupação dos leitos de UTI abaixo de 70% e curva de crescimento de novos casos caindo na média semanal

Medidas:

- Uso obrigatório de máscaras

- Circulação de pessoas e veículos devem ser evitadas

- Restaurantes sem limitações, mantidas boas práticas de higiene

- Aulas e todos os setores da economia podem retomar atividades respeitando protocolos de higiene e reorganização dos espaços de trabalho

- Transporte público internacional e interestadual sem restrições obedecendo protocolos de higiene