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Mandetta diz que alerta em protocolo de cloroquina é 'distante do razoável'

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta - Andressa Anholete/Getty Images
O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta Imagem: Andressa Anholete/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

20/05/2020 17h51

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), declarou hoje que os alertas sobre riscos do uso da cloroquina em tratamentos de covid-19, apontados no protocolo divulgado pelo governo federal, ainda são escassos para profissionais de saúde.

"Tentaram colocar na redação do decreto alguns tipos de alerta, mas muito distantes de alguma coisa minimamente razoável para os profissionais que estão na ponta. A gente sente falta de farmacologia", disse o ex-ministro em entrevista à "Globonews".

Enquanto titular da pasta, Mandetta já havia declarado em mais de uma ocasião que o uso da cloroquina poderia oferecer riscos à saúde dos pacientes, como arritmia ou mesmo infarto, e que seu uso não deveria ser administrado longe de hospitais ou cuidados médicos.

"Espero que a população seja bem esclarecida sobre os riscos. Porque, se não for, é mais um agravante da tão dura realidade do que é a infecção desse vírus", disse. "Me parece mais uma medida de que as pessoas acham que tenha uma tranquilidade e voltem a trabalhar do que uma solução. Para o jovem eu não vejo problema, mas para pessoas que tenham problemas cardíacos ou tenham algum tipo de lesão pode sim ser um problema", acrescentou o ex-ministro.

Mandetta criticou a adoção do protocolo porque, segundo ele, é "complicado você validar uma situação dessas e ali na frente ficar provado que você fez um malefício à população".

Militares na pasta

Questionado sobre a nomeação de militares para cargos no Ministério da Saúde, em decretos assinados pelo ministro titular Eduardo Pazuello, Mandetta declarou que não opinaria sobre a capacidade dos nomeados.

"Eu não sei qual a função que eles vão exercer lá. Se forem funções administrativas, de burocracia, eles tem expertise muito grande em parte de método, logística", afirmou ele.

Hoje, foram quatro militares nomeados para cargos dentro pasta. Ontem, haviam sido nove.

No entanto, o ex-ministro afirmou que o sistema de saúde militar possui uma lógica própria: "Não conheço a experiencia do sistema militar com saúde publica. O sistema de saúde militar é um sistema próprio, com hospitais próprios".