Governo espera queda no número de mortes e internações por covid-19 em SP
O governo de São Paulo acredita que a pandemia de covid-19 chegou a um estágio em que o número de internações e mortes pela doença deve desacelerar nas próximas semanas. O Centro de Contingência no combate ao coronavírus projeta uma queda na quantidade de pacientes que precisam de atendimento médico, o que indicaria um maior fôlego ao sistema de saúde.
"A expectativa é que o crescimento de óbitos desacelere, o de internações desacelere e o de casos suba porque nossa expectativa é que o número de testes aumente", afirmou a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen, durante entrevista coletiva concedida hoje no Palácio dos Bandeirantes.
A secretária de Desenvolvimento Econômico avalia que o número de casos vai crescer porque o governo pretende aumentar a testagem na população do estado, descobrindo casos menos graves de covid-19. Mesmo com uma possível elevação da quantidade de pessoas infectadas, a expectativa é de que a maior parte dos casos não precise de atendimento médico, avalia Carlos Carvalho, novo coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus.
"Vamos testar pessoas que não têm sintomas claros, mas tiveram contato com quem teve covid-19. Esses pacientes não vão precisar ser internados. O que comanda a internação é o quadro clínico."
A secretária Patricia Ellen ressaltou que o cenário de melhora no enfrentamento da pandemia depende da manutenção do esforço da população. Ela pediu que as pessoas continuem aderindo ao isolamento social e usando máscaras. Deixar de seguir estas recomendações pode levar ao fim da flexibilização da quarentena, como está previsto no Plano São Paulo.
"Este governo não tem medo de retroceder. Nos não passamos estes dois meses no sacrífico que nós fizemos para colocar tudo a perder", alertou.
Na quarta-feira da semana passada, o governo de São Paulo anunciou a flexibilização da quarentena. O estado foi dividido em 18 áreas - os 17 Departamentos Regionais de Saúde mais a capital. As regiões na fase 1 ficaram na zona vermelha e mantiveram as regras de isolamento social que permitem funcionamento apenas de serviços essenciais. Região Metropolitana de São Paulo, Baixada Santista e Registro estão neste grupo.
Mas na maioria das áreas, 15 no total de 18, houve autorização para retomada de parte das atividades. Esta reabertura deve obedecer um protocolo de critérios sanitários mínimos elaborado pelo governo do estado. A implementação e fiscalização ficarão a cargo dos municípios.
O plano recebeu críticas de especialistas logo depois do anúncio. Nas últimas 24 horas, houve recorde de mortes em São Paulo. Mas o governo justificou que um planejamento não pode se basear num intervalo tão curto e é preciso avaliar um período maior. Acrescentou ainda que há gatilhos no plano que são disparados se observado crescimento da covid-19.
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