Covid-19: estados reclamam e pedem clareza nos dados do Ministério da Saúde
Resumo da notícia
- Representante dos secretários estaduais de Saúde classifica como "confusão desnecessária" as mudanças nos dados do ministério
- Ele propõe uma unificação das informações divulgadas pelas secretarias estaduais e pelo Ministério da Saúde
- Os dados sobre covid-19 produzidos pelas secretarias divergiram do que foi apresentado ontem pelo ministério
- Presidente da Sociedade Brasileira de Virologia cobra transparência do ministério
O presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde), Alberto Beltrame, classificou hoje como "confusão desnecessária" as mudanças na metodologia e os equívocos na divulgação dos dados sobre a covid-19. Ele prometeu cobrar do Ministério da Saúde uma solução para dar clareza aos números.
"Vamos dar um jeito de unificar as informações. O que está ocorrendo é muito ruim. Vou conversar com o ministro [general Eduardo] Pazuello e propor a ele que unifiquemos dados e horários de divulgação", diz Beltrame.
Diante da falta de clareza do ministério na publicação dos dados referentes ao coronavírus, os secretários decidiram divulgar uma contabilidade própria com os números estaduais: 36.151 casos e 1.116 mortes, registrados ontem.
O levantamento do Conass divergiu do apresentado pelo ministério. Em um primeiro momento, a pasta anunciou 1.382 mortes por covid-19 no país, porém mais tarde alterou o número para 525, uma diferença de 857. Houve ainda uma mudança no número de infectados. O primeiro balanço divulgado pelo ministério informava um total de 12.581 novos casos, contra 18.912 casos atuais.
Boletim deve ter casos e óbitos
Na opinião de Beltrame, o boletim epidemiológico do ministério deveria ser completo, com números de óbitos e de registros de novos casos da covid-19 feitos em 24 horas.
"É bastante simples. O registro nas 24 horas é o número de óbitos divulgado em determinado dia. Não significa que tenham ocorrido nas últimas 24 horas, podem ter ocorrido há cinco dias, por exemplo. Foram investigados, confirmados e registrados hoje. Numa curva logarítmica, onde os óbitos são colocados, o próprio sistema ajusta e lança o dado no dia de sua efetiva ocorrência. Isso permite uma análise de tendência. Quando é lançado numa curva cumulativa, somente soma o óbito, e esta curva subirá sempre, pois os óbitos vão se acumulando e apontarão para o infinito", explica.
"Tudo isso é uma confusão desnecessária. Basta separá-los e apresentar duas curvas: uma cumulativa (com número total de óbitos desde o início da pandemia) e outra logarítmica, que mostra a tendência. Acredito que hoje conseguimos unificar tudo", acrescenta o presidente do Conass.
O presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Fernando Spilki, diz ver com preocupação os dados divergentes divulgados ontem pelas secretarias estaduais de Saúde e o Ministério da Saúde.
"Ficou apontada uma discrepância entre os dados publicados. Seria importante saber qual é a explicação para que tenha ocorrido essa discrepância, inclusive entre os dois anúncios realizados pelo ministério", comenta. "É isso que se pede: maior transparência", complementa.
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