Ibope: Rejeição a medidas de Doria e Covas contra coronavírus aumenta em SP
A reprovação dos paulistanos a medidas tomadas pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) e pelo governador João Doria (PSDB) em relação à pandemia do novo coronavírus aumentou entre abril e maio.
A mesma movimentação aconteceu com relação ao Ministério da Saúde e ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Os resultados constam da pesquisa da Rede Nossa São Paulo, em parceria com o Ibope, divulgada hoje.
Em relação a Covas, a parcela da população que considera inadequadas as medidas tomadas por ele para conter a pandemia saltou de 20% para 35% em um mês. Já os que consideravam as medidas adequadas caiu de 68% para 51%
No caso de João Doria, o movimento foi parecido. Os que consideravam as medidas inadequadas aumentou de 21% dos entrevistados para 36%. Os que avaliaram adequadas passou de 68% para 51%.
Sobre Bolsonaro, 66% dos entrevistados afirmaram que consideram inadequadas as medidas de enfrentamento adotadas pelo presidente. Há um mês, este número era de 57%. Os que avaliaram como adequadas passou de 26% para 21%.
Entre as autoridades e órgãos questionados pelo Ibope, Bolsonaro registrou a maior rejeição entre os moradores da capital paulista.
As medidas do ministério da Saúde, que antes contavam com aprovação de 71% das pessoas, agora têm 53% de respaldo. A pasta enfrenta um agravamento da sua crise interna após a saída do médico Nelson Teich antes de completar um mês no ministério. O general Eduardo Pazuello assumiu o comando da pasta, mesmo sem experiência na área da saúde.
A pesquisa também consolidou o isolamento social como principal forma de atenuar os impactos da pandemia, pelo menos de acordo com a opinião pública. 78% dos entrevistados responderam "evitando sair de casa" quando questionados sobre o que estavam fazendo para que "os impactos da pandemia sejam os menores possíveis".
Foram ouvidas 800 pessoas, com 16 anos ou mais, entre 21 de maio e primeiro de junho. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos.
Em nota, o governo de SP afirmou que "trabalha desde o início com o respaldo de especialistas em medicina e ciência para definir medidas de enfrentamento e mitigação da pandemia".
"Diante da maior crise de saúde pública dos últimos cem anos, o Governador João Doria podia optar entre subterfúgios populistas ou se manter firme ao lado da ciência e da medicina. O caminho escolhido foi o mais responsável, e a história fará justiça ao esforço de todos os 46 milhões de brasileiros de São Paulo quando o maior desafio de nossa geração for definitivamente superado", diz o texto do governo.
A Prefeitura afirmou que o "prefeito Bruno Covas não se omitiu e decretou o isolamento social na cidade de São Paulo, ampliou o número de leitos de enfermaria e UTIs em tempo recorde".
"Dessa forma, assegurou o atendimento à população e evitou a perda de pelo menos 30 mil vidas no município. E vai continuar adotando as medidas necessárias, sempre com base na orientação das autoridades de saúde pública", diz a nota enviada à reportagem.
Doria e Covas
Os mandatários vivem tensão inédita por conta dos planos de Doria para retomar as atividades; Covas, por outro lado, se mostrou mais receoso com a reabertura. A capital vive situação distinta da do interior, mas ambos apresentam aumento nos casos e mortes do novo coronavírus. Em São Paulo, a retomada depende de aprovação, por parte da Vigilância Sanitária, dos protocolos de funcionamento dos setores.
Já nos municípios do interior, a ideia é que algumas regiões comecem a reabertura dos serviços no dia 15 de junho, conforme anunciado por Doria na última semana de maio.
Na pesquisa divulgada hoje, além do aumento à rejeição das medidas emplacadas pelos tucanos, 40 % dos paulistanos citam o aumento da fiscalização de estabelecimentos comerciais como medida que o poder público deveria tomar para conter a pandemia. A proposta perde apenas para a garantia de emprego e renda, citada por 46% dos entrevistados.
Economia e saúde
A pesquisa da Rede Nossa SP mostra ainda que a maior parte da preocupação dos paulistanos em relação à pandemia está diretamente relacionada ao colapso do sistema público de saúde. 51% dos entrevistados afirmaram que o maior receio está na superlotação dos hospitais, enquanto 27% responderam que a maior preocupação é sobre a piora da economia no país.
Outro dado coletado mostra que os entrevistados têm como principal apreensão em suas vidas pessoais a saúde de seus familiares (51%). O número é expressivo diante das outras respostas: ficar desempregado (16%), a própria saúde (14%), diminuir a renda ou ter prejuízo (9%), saúde mental (4%) e prejudicar a educação dos filhos (3%).
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