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Ex-sub da Saúde e outros 10 acusados viram réus por fraudes no RJ

O ex-subsecretário de Saúde do Rio de Janeiro, Gabriell Neves - Reprodução/Globo
O ex-subsecretário de Saúde do Rio de Janeiro, Gabriell Neves Imagem: Reprodução/Globo

Vinicius Konchinski

Colaboração para o UOL, em Curitiba

17/06/2020 15h11

O ex-subsecretário de Saúde do Rio de Janeiro, Gabriell Neves, e outros 10 investigados por fraudes em compra de respiradores viraram réus em processo criminal. A 1ª Vara Criminal Especializada do Rio de Janeiro recebeu denúncia do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) a respeito do suposto esquema de corrupção na aquisição de equipamentos para o combate à pandemia do novo coronavírus em território fluminense.

De acordo com a denúncia do MP-RJ, todos os denunciados montaram uma organização criminosa para desviar quase R$ 37 milhões dos cofres estaduais. Esse dinheiro teria sido dividido entre os próprios investigados e entre outras pessoas, as quais ainda não foram identificadas.
Todos os denunciados foram investigados na operação Mercadores do Caos, cuja primeira fase foi deflagrada em maio. Gabriell Neves e outras três pessoas foram presas na ocasião.

Depois da operação de maio, outras duas fases já foram deflagradas. A terceira delas ocorreu nesta quarta-feira. Foram presos Carlos Frederico Verçosa Duboc, superintendente de Orçamento e Finanças da Secretaria Estadual de Saúde, e o empresário Anderson Bezerra.
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio comprou, sem realizar licitação, R$ 183 milhões em respiradores. O governo antecipou o pagamento de R$ 33 milhões pelos equipamentos.

O MP-RJ informou que até hoje esses equipamentos não chegaram. "Passados mais de dois meses da data de entrega dos respiradores comprados emergencialmente, sem licitação, nenhum equipamento foi entregue pelas empresas, nem o dinheiro devolvido aos cofres públicos."

Investigação gerou pedido de impeachment de Witzel

Desde o início da pandemia, já foram realizadas cinco operações —contando com a realizada hoje — que miraram contratações e compras da pasta da Saúde do Rio.

Mais de 20 pessoas foram presas, entre elas um dos maiores fornecedores de mão de obra e serviços do estado Mário Peixoto, que teria recebido vantagens desde a época do governo de Sérgio Cabral (MDB).

As suspeitas de fraude na saúde motivaram a abertura de um processo de impeachment contra o governador Wilson Witzel (PSC). A comissão que vai analisar o impeachment do governador começa a trabalhar na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro amanhã.