Coronavírus: Ministério da Saúde encerra financiamento de pesquisa da UFPel
O Ministério da Saúde não renovou o financiamento do Epicovid19-BR (Estudo de Prevalência da Infecção por Coronavírus), realizado pela UFPel (Universidade Federal de Pelotas). A informação foi confirmada hoje ao UOL pela própria pasta.
Em nota, o ministério informou que continuará a realizar estudos de inquérito de prevalência da covid-19 na população. No entanto, ainda não definiu as novas diretrizes.
"O Ministério da Saúde dará continuidade a estudos de inquérito epidemiológico de prevalência de soropositividade na população. Ainda não está definido se será a continuação do Epicovid19-BR, pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) ou por outra instituição, ou PNAD Covid, pelo IBGE. Uma alternativa em estudo é utilizar ambas as estratégias", diz a nota do ministério.
"O Ministério da Saúde esclarece ainda que, conforme estava previsto no Termo de Execução Descentralizada (TED) firmado com a UFPel, as três etapas previstas da pesquisa Epicovid19-BR foram executadas. A pesquisa 'Evolução da Prevalência de Infecção por Covic-19' foi financiada pelo Ministério da Saúde por meio de um Termo de Execução Descentralizada de Recursos. O extrato foi publicado no Diário Oficial da União."
O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, elogiou a pesquisa hoje em entrevista coletiva, mas justificou o encerramento. Segundo ele, era preciso uma abrangência maior — a pesquisa da UFPel realizou três etapas de testes em 133 cidades entre maio e junho.
"A pesquisa estava muito boa, mas com dificuldade da gente ter uma posição nacional. Para efeito de Brasil, a gente precisaria mudar alguns focos do que foi contratado. Ficou muito regionalizado, e por isso ficou difícil de transferir o raciocínio e as ideias para o Brasil como um todo, o país é muito heterogêneo", disse Pazuello.
Em entrevista à Globonews, o reitor da UFPel, Pedro Hallal, lamentou o que chamou de "notícias tristes". Segundo ele, não houve contato do ministério sobre uma prorrogação do financiamento.
"A pesquisa está parada em meio à pandemia. O Ministério da Saúde parece não ter interesse. Nós estamos dispostos, mas o Ministério não responde, não nos procurou. Aliás, eu soube pela mídia que o ministério não pretendia renovar a pesquisa. Eu esperava até um pouco de consideração do ministério, que me ligasse", criticou Hallal, que procura financiamento para novas fases do estudo.
"Estamos conversando com outras instituições de fomento. Quero manifestar nossa gratidão à Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que tem se manifestado sempre interessada na continuidade do Epicovid. Algumas empresas brasileiras têm nos procurado, alguns projetos têm nos procurado. O recurso financeiro envolvido é grande (...), mas não é caro demais. A gente consegue fazer uma fase dessa pesquisa com R$ 5 milhões. A gente não está falando de um investimento tão alto para uma resposta tão relevante", acrescentou.
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