Não é um número que fará a diferença, diz Pazuello sobre 100 mil mortes
O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, voltou a defender o início imediato do tratamento da covid-19, mesmo com a ausência de um medicamento com eficácia comprovada cientificamente contra a doença. Durante inauguração de uma Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio, Pazuello fez menção aos 100 mil mortos pela doença registrados no sábado (8). Segundo ele, a marca não impacta diretamente na política de combate ao coronavírus.
"Não é um número que vai fazer a diferença. Não é 95, 98 ou 101 que vai fazer a diferença. O que faz a diferença é cada brasileiro que se perde. Nós precisamos compreender como parar o sangramento com diagnóstico precoce, tratamento imediato e suporte respiratório antes a UTI", afirmou. Pouco antes, o ministro interino defendeu a prescrição de medicamentos contra a covid-19.
"O brasileiro que tiver qualquer sintoma deve procurar o médico, esse médico tem todo o poder soberano de diagnosticar de forma clínica, com base em exames de imagens e testes para definir o tratamento. O brasileiro que for diagnosticado, receba a prescrição dos medicamentos e tome. Não agravando seu quadro, ele não precisará de UTI", completou.
O ministro também defendeu aquilo que definiu como a "união de todos os brasileiros".
"Não existe, nesse momento, diferenças partidárias ou ideológicas. Somos todos brasileiros combatendo, dia a dia, da melhor forma nos dedicando para que não haja mais mortos no nosso país. Já perdemos 100 mil brasileiros com nome, identidade e família. E podem acreditar, nós estamos todos os dias revendo nossos protocolos, procurando o que tem de melhor e alterando aquilo que não vinha dando certo", concluiu.
15 mil testes por dia
As declarações de Pazuello foram dadas durante cerimônia que marcou a inauguração da nova Unidade de Apoio Diagnóstico da Covid-19 da Fiocruz. A unidade terá capacidade de processamento de até 15 mil exames de coronavírus por dia.
A Fiocruz deve inaugurar ainda em agosto uma segunda Unidade de Apoio, no Ceará. Esta deve ter capacidade de até 10 mil testes por dia. A operação das duas unidades será custeada pelo Ministério da Saúde.
A expectativa é que mais de 350 profissionais trabalhem na Unidade da Fiocruz, que funcionará em 3 turnos. A ação faz parte da estratégia nacional para aumentar a capacidade de realização de exames diagnósticos. Assim, espera-se que os resultados sejam informados mais rapidamente para a vigilância epidemiológica.
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