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Anvisa acelerará burocracia para vacina, diz diretor do Instituto Butantan

Instituto Butantan coordena testes da CoronaVac no Brasil que contarão com 9 mil voluntários em breve -  Divulgação/Governo de São Paulo
Instituto Butantan coordena testes da CoronaVac no Brasil que contarão com 9 mil voluntários em breve Imagem: Divulgação/Governo de São Paulo

Do UOL, em São Paulo

31/08/2020 08h36

O Instituto Butantan deve contar com a colaboração da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para disponibilizar uma vacina contra a covid-19 já no início de 2021. É o que prevê o diretor do órgão ligado ao governo do estado de São Paulo, Dimas Covas, que confirmou hoje o comprometimento da agência em acelerar os processos obrigatórios de liberação da imunização.

"A Anvisa tem se manifestado que está acompanhando esse processo (de testes da vacina) muito de perto e que vai acelerar seus procedimentos burocráticos. Não deve haver nenhum problema com a burocracia, pelo contrário, eles querem agilizar muito esse processo", afirmou Dimas Covas em entrevista à GloboNews.

"Se tudo correr bem, no começo do próximo ano já poderemos estar vacinando a população", completou o diretor do Instituto Butantan, que desenvolve e testa a vacina CoronaVac em parceria com um laboratório chinês.

Atualmente em teste com 2 mil pessoas no Brasil, a CoronaVac logo deve avançar mais uma etapa na análise de eficácia. "Os testes devem evoluir muito rapidamente e vamos incluir os 9 mil voluntários antes do fim de setembro, o que vai permitir a análise dos testes de eficácia antes do final desse ano", explicou Dimas Covas.

O diretor do Instituto Butantan também comentou as recentes notícias de que a China já faz o uso emergencial de vacinas contra o coronavírus para imunizar pessoas do grupo de risco e profissionais da saúde, incluindo nos testes a própria CoronaVac.

"Esse uso emergencial começou em julho e faz parte de uma ampla avaliação da segurança da vacina. Ela foi ampliada em 24 mil chineses e isso determinou qual é o perfil de segurança da vacina. A ocorrência de efeitos colaterais foi muito baixa, em torno de 5%, nenhum efeito colateral grave. O efeito mais frequente foi dor no local da injeção e as manifestações febris não chegaram a 0,18%", relatou Dimas Covas.

"Então isso é uma boa notícia, de que a vacina seguramente é uma das mais avançadas do mundo nesse momento, com um perfil de segurança muito apropriado e até com desempenho muito satisfatório em relação a outras vacinas que estão sendo testadas", acrescentou.