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Doria rebate fala de Bolsonaro sobre vacina e critica 'opção pela morte'

Governador de São Paulo se posicionou contra a não obrigatoriedade da vacina do coronavírus - MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO
Governador de São Paulo se posicionou contra a não obrigatoriedade da vacina do coronavírus Imagem: MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

02/09/2020 13h56

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) se posicionou hoje em oposição à fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que a vacinação contra a covid-19 não deveria ser obrigatória. Para Doria, quem optar por não receber a imunização contra a doença causada pelo novo coronavírus pode estar fazendo "sua opção pela morte".

"Em relação à manifestação feita pelo presidente Jair Bolsonaro em relação a não-obrigatoriedade da vacina, quero respeitosamente discordar dessa posição. A meu ver a vacina deveria, sim, ser obrigatória para todos os brasileiros", afirmou Doria durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.

"Não consigo imaginar, como cristão que sou, que alguém renegue a possibilidade de continuar vivendo, que alguém faça a sua opção pela morte", completou o governador paulista.

Na noite de anteontem, Bolsonaro afirmou que "ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina", o que contraria uma lei sancionada pelo próprio presidente em fevereiro, que estabelecia medidas contra a pandemia e a vacinação obrigatória estava entre elas.

"Sim, a vacina é compulsória, e as pessoas devem entender a decisão da obrigatoriedade de tomar a vacina, mas também por decisão de própria", comentou Doria.

Apesar do tom crítico, o governador disse esperar uma retratação de Bolsonaro. "Entendo que essa manifestação do presidente possa ser revista. Ele tem tido no âmbito do Ministério da Saúde, com o ministro Eduardo Pazuello, posições muito corretas, muito assertivas, e penso que a posição da Saúde deva ser aquela que prevaleça sobre decisões de ordem ideológica ou que se afastem do dever de proteger a saúde e a vida."

Vacina promissora

O estado de São Paulo lidera, por meio do Instituto Butantan, o desenvolvimento da CoronaVac, uma das iniciativas de vacina contra a covid-19 mais promissoras do mundo. O imunizante, que tem a parceria de um laboratório chinês, atualmente encontra-se em fase de testes de eficácia.

Caso aprovada, a CoronaVac deve ser distribuída não só em São Paulo, mas também pelo governo federal, graças a um acordo já existente entre as partes para que até 45 milhões de doses sejam fornecidas ao SUS (Sistema Único de Saúde) até dezembro.