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Após fala de Bolsonaro, diretor da OMS condena discurso antivacina

Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Gebreyesus, durante entrevista coletiva em Genebra -
Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Gebreyesus, durante entrevista coletiva em Genebra

Do UOL, em São Paulo

04/09/2020 13h25

O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, criticou o discurso anti-vacina durante a entrevista coletiva da entidade hoje. A fala foi feita após uma pergunta sobre o comentário do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que afirmou que não vai obrigar ninguém a tomar vacina.

"Os movimentos antivacina podem criar narrativas para lutar contra a vacina, mas os números das vacinas nos contam a sua própria história. As pessoas não devem ser confundidas por movimentos anti-vacina, mas ver como o mundo usou vacinas para combater a mortalidade infantil e para erradicar doenças. Olhe os relatórios das vacinas, olhem vocês mesmos, especialmente os pais, como as vacinas mudaram o mundo. Esperamos ter uma contra a covid para o mundo voltar ao normal", disse Tedros.

Ele ainda assegurou que "a OMS não vai endossar uma vacina que não seja efetiva e segura". "Devo dizer, as vacinas ajudaram a erradicar doenças e quase erradicaram outras".

Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS, também reforçou a eficácia da vacinação. "Vacinas são salvadoras de vidas. Com a pólio, que costumava matar milhões ao redor do mundo. É graças a essas vacinas que não vemos doenças como essas hoje", afirmou.

"Temos que colocar em perspectiva as vacinas e o que elas fizeram para a humanidade. Não há dúvida que houve uma aceleração nas pesquisas de vacinas para a covid-19 e isso se deve ao avanço de tecnologia. Nenhuma vacina será entregue massivamente, após as regulamentações, antes de serem avaliadas. Temos um processo bem elaborado e eles devem ser atendidos antes de fazermos qualquer recomendação. É necessário educar mais o público sobre as vacinas", finalizou.

Na última segunda-feira (31), Bolsonaro disse que ninguém pode ser obrigado a tomar vacina, em resposta a uma apoiadora que aparentemente pediu que o governo federal proíba a vacinação contra a covid-19. "Ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina", disse o presidente.