SP: Novos casos de covid sobem 29,5% na capital na comparação com outubro
A cidade de São Paulo registrou um aumento de 29,5% nos novos casos de covid-19 na comparação entre os primeiros 17 dias de novembro com o mesmo intervalo de tempo de outubro. Segundo o site da Fundação Seade, usado pelo governo do Estado para acompanhamento da pandemia, foram 15.794 novos diagnósticos em novembro.
Em relação às mortes, a situação é diferente. Nos primeiros 17 dias de novembro, foi verificada uma queda de 16,2% nos novos óbitos na capital na comparação com o mesmo período de outubro. Neste mês, foram registradas 407 mortes por causa do novo coronavírus.
O secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, disse que as oscilações na curva da pandemia estão sendo monitoradas. Acrescentou que não há pressão sobre o sistema hospitalar e que todos os leitos abertos durante a crise sanitária continuam disponíveis (leia mais abaixo).
Até ontem, o município acumulava 333.009 casos confirmados da doença e 14.007 óbitos por causa da covid-19 desde o início da pandemia, de acordo com a plataforma da Fundação Seade.
Aumento nos atendimentos em hospitais
Na semana passada, o jornal Folha de S. Paulo revelou que o número de atendimentos de covid-19 em hospitais particulares vem aumentando.
Na rede municipal, o nível de ocupação das UTIs estava em 44% ontem —diante de 35% no dia 17 outubro.
Também houve crescimento no número de pessoas internadas em enfermarias destes estabelecimentos. Eram 644 em 31 de outubro. Ontem, havia 814 leitos ocupados. Isto significa um acréscimo de 26%.
Enfrentamento deve ser visto de maneira mais ampla, diz secretário
O secretário Edson Aparecido afirmou que o enfrentamento à covid-19 não se faz somente com vagas em hospitais, mas atendimento nas unidades básicas de saúde e monitoramento de pessoas com sintomas de doenças respiratórias.
"Não podemos ver o enfrentamento da pandemia só pela situação dos leitos. Tem que ser visto maneira mais ampla. É o que vamos continuar fazendo", afirmou. "85% das pessoas são assintomáticas e 15% precisam de leito."
Ele declarou ainda que o aumento dos casos ocorre nos locais de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) mais alto —e que essa possibilidade já havia sido antecipada há cerca de 40 dias, quando a oitava etapa do inquérito imunológico foi revelada.
O secretário disse que famílias das classes A e B estavam de quarentena e foram infectadas ao sair de casa para encontros com parentes, idas a restaurantes e jovens frequentando bares.
O Hospital Albert Einstein, que atende pacientes destas classes sociais, informou ontem que está com 68 leitos ocupados por pessoas com covid-19 —entre a última semana de setembro e o começo de novembro, este número variava entre 50 e 55. Na semana passada, médicos disseram que hospitais como o Sírio Libanês também registraram alta nos atendimentos.
Números da pandemia na cidade de São Paulo
Novos casos registrados
01 a 17 de outubro: 12.196
01 a 17 de novembro: 15.797
Variação: 29,5%
Novas mortes registradas
01 a 17 de outubro: 486
01 a 17 de novembro: 407
Variação: -16,1%
Apagão dos dados do estado
Na semana passada, a Secretaria Estadual da Saúde deixou de registrar números relativos à pandemia em todo o estado de São Paulo —entre os dias 6 e 10 de novembro. A justificativa é que o sistema do Ministério da Saúde estava instável, após uma suposta invasão na rede.
O governo estadual afirma que, após esse problema, decidiu adiar a atualização das medidas de enfrentamento à covid-19, que estava prevista para esta segunda-feira (16).
O governador João Doria (PSDB) disse que, se houvesse atualização, a maioria das cidades progrediria para a fase verde, com menos restrições. Para evitar esta situação em meio a um cenário de aumento de internações, as novas medidas serão divulgadas somente em 30 de novembro. É a primeira segunda-feira depois do segundo turno das eleições —por isso, o adiamento virou assunto de campanha.
Por enquanto, autoridades de Saúde estaduais e municipais negam que esteja em curso uma segunda onda da pandemia do novo coronavírus. Mesma posição tem o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB). Mas a recomendação de todos é para a população se manter em alerta, tanto que um novo decreto de prorrogação da quarentena no estado, até 16 de dezembro, foi publicado.
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