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Adiamento de medida anticovid para depois de eleição é suspeito, diz Boulos

15.nov.2020 - Candido do PSOL Guilherme Boulos fala com a imprensa em sua casa no bairro no Campo Limpo após ser confirmado no segundo turno das eleições municipais - Reinaldo Canato/UOL
15.nov.2020 - Candido do PSOL Guilherme Boulos fala com a imprensa em sua casa no bairro no Campo Limpo após ser confirmado no segundo turno das eleições municipais Imagem: Reinaldo Canato/UOL

Marcelo Oliveira

Do UOL, em São Paulo

17/11/2020 18h54Atualizada em 17/11/2020 23h22

Na disputa com Bruno Covas do segundo turno das eleições municipais de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) recebeu hoje o apoio de lideranças municipais do PT e do candidato derrotado Jilmar Tatto, que formalizaram apoio ao psolista em uma reunião realizada em um hotel do centro de São Paulo.

Durante o evento, Boulos classificou como no "mínimo muito suspeito" o adiamento, pelo governo do estado, da atualização do Plano São Paulo. Hoje, São Paulo prorrogou a quarentena até 16 de dezembro. Previsto para ontem, o anúncio foi adiado para 30 de novembro, dia seguinte ao segundo turno.

"No momento em que há a percepção de aumento de casos o governo deixar para depois das eleições o anúncio do que vai fazer é complicado", disse Boulos, logo após reunião entre as coordenações das campanhas do PSOL e de Jilmar Tatto (PT).

Nesta semana, o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, fez um alerta para o aumento de internações por covid-19 verificado nos últimos dias, além do crescimento no número de testes realizados e nos diagnósticos positivos para a doença. Na quinta-feira (12), o governo paulista havia negado o crescimento nas internações.

Ao UOL, o prefeito e candidato à reeleição Bruno Covas negou que o adiamento da atualização do Plano São Paulo até o final do mês, após o segundo turno das eleições, tenha qualquer coisa a ver com a campanha e disse que os números de São Paulo são divulgados com transparência.

A gente tem muita tranquilidade. A prefeitura tem total transparência dos seus dados. Desde o início da pandemia não houve qualquer tipo de ação eleitoral em cima desses números."
Bruno Covas

Procurado pelo UOL, o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, disse que a declaração de Boulos é uma negação "eleitoral e oportunista".

Nesta semana, o governador João Doria (PSDB) afirmou que o dado ainda precisa ser analisado em conjunto com estatísticas de novos casos e mortes, que são fornecidas pelo Ministério da Saúde e tiveram um problema de atualização na semana do primeiro turno das eleições por causa de uma falha no sistema da pasta federal.

"Pelos indicadores disponíveis, a maioria [das regiões de São Paulo] seria promovida para a fase verde. Porém, indicadores de leitos de UTI e internações, sob responsabilidade do governo de São Paulo, cresceram em relação à semana anterior. O momento requer precaução para uma análise mais completa. Cautela e cuidado", completou o governador.