Parceria do PR por vacina russa não avança; teste previsto sequer começou
A parceria fechada pelo governo do Paraná para testagem e eventual produção no Brasil da vacina russa contra a covid-19, a Sputnik V, não prosperou. Anunciada em agosto, a cooperação previa a submissão de dados sobre a Sputnik V à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em setembro e a realização de testes da vacina em outubro. Até agora, nada ocorreu.
Enquanto isso, a própria Rússia começa a imunizar sua população usando a Sputnik V neste sábado. Já a Argentina, que também fechou um acordo com os russos, anunciou que disponibilizará a vacina a seus cidadãos em dezembro ou janeiro.
No caso do Paraná, o acordo com os russos foi formalizado por meio do Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná) e o Fundo de Investimento Direto da Rússia. Procurado pelo UOL, o Tecpar não detalhou o que impediu o avanço da parceria acerca da vacina.
O órgão informou somente que o fundo de investimento russo alterou o projeto negociado com o Brasil. O instituto declarou que aguarda uma definição da Rússia para que a parceria avance.
Segundo o próprio Tecpar, qualquer informação adicional sobre o acordo deve ser solicitada aos russos. O UOL entrou em contato com o Fundo de Investimento Direto da Rússia. O responsável pela divulgação das informações recebeu as mensagens da reportagem, mas não respondeu.
Em outubro, o Fundo de Investimentos Diretos da Rússia chegou a divulgar uma nota informando que havia enviado documentos sobre a Sputnik V à Anvisa. Esses documentos serviriam para iniciar o processo de registro da vacina segundo regras do Brasil.
Anvisa acompanha quatro vacinas em testes no Brasil
A Anvisa confirmou ter mantido contato com membros do governo do Paraná e o do Tecpar sobre o processo de registro da vacina. No entanto, informou que as reuniões realizadas "são de caráter preliminar" e serviram somente para antecipar eventuais demandas futuras.
Atualmente, a Anvisa acompanha os testes de quatro vacinas em realização no Brasil: a desenvolvida pela Astrazeneca e Universidade de Oxford, do Reino Unido; a da Sinovac e Instituto Butantan, da China; da Pfizer-Wyeth, dos EUA e Europa; e a da Janssen-Cilag, também da Europa.
No final de novembro, a Rússia anunciou resultados na última fase de testes da Sputnik V, a fase 3. Segundo autoridades do país, a vacina tem eficácia de mais de 95% após a aplicação da segunda dose. Os dados, porém, ainda não foram revisados e publicados por uma revista científica.
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