Bolsonaro diz que Brasil terá vacinas gratuitamente, mas sem uso político
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reafirmou que disponibilizará vacinas, de forma gratuita e voluntária, mas sem usá-las para fins políticos, de olho em "projetos pessoais e de poder".
A reação de Bolsonaro ocorre um dia depois de o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), possível candidato às eleições de 2022, se antecipar à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e anunciar a data de início para a vacinação contra a covid-19 no estado.
"O Brasil disponibilizará vacina de forma gratuita e voluntária após comprovada eficácia e registro na Anvisa. Vamos proteger a população respeitando sua liberdade, e não usá-la para fins políticos, colocando sua saúde em risco por conta de projetos pessoais de poder", escreveu Bolsonaro, em post publicado nas redes sociais.
De acordo com o Ministério da Saúde, o governo federal tem acordos com o laboratório AstraZeneca para receber 260 milhões de doses e insumos para fabricação em 2021. Seriam 100 milhões no 1º semestre e mais 160 milhões no 2º semestre. Segundo Pazuello, 15 milhões dessas doses começam a chegar em janeiro.
Além disso, haverá 42 milhões de doses de alguma vacina que virão do consórcio Covax Facility, feito mundialmente. Portanto o SUS (Sistema Único de Saúde) tem a garantia de 300 milhões de doses para 2021, segundo a pasta. Cada indivíduo precisará tomar duas doses, portanto existem vacinas garantidas para 150 milhões de pessoas.
A data de início da vacinação tem preocupado os governadores, que temem que estados como São Paulo e Rio de Janeiro, que sediam o Instituto Butantan e a Fiocruz, respectivamente, iniciem a imunização antes do restante do país. O plano paulista, por exemplo, prevê o início da vacinação para 25 de janeiro.
Vacinação em São Paulo
O governador João Doria anunciou ontem que o PEI (Plano Estadual de Imunização) contra a covid-19 começará pelos profissionais da saúde e pessoas acima de 60 anos. A expectativa é de que a campanha tenha início em 25 de janeiro, mas isso ainda depende da aprovação da vacina CoronaVac —desenvolvida e testada pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan— pela Anvisa.
Doria também informou que o governo paulista oferecerá 4 milhões de doses a outros estados —quantidade suficiente para vacinar 2 milhões de pessoas, já que serão necessárias duas doses por pessoa.
Discórdia entre governos federal e estadual
A versão inicial do plano de imunização contra covid-19 lançado pelo Ministério da Saúde diz que o início da vacinação deve ocorrer em março. Doria voltou a questionar este cronograma, como já havia feito na semana passada.
"Por que vacinar em março se podemos começar a vacinar em janeiro? Para atender a um capricho de alguém que, sentado no Palácio do Planalto, acha que tem que ser uma vacina só?", reclamou o governador, em claro ataque direcionado ao presidente Bolsonaro.
Do lado do Planalto, Bolsonaro tem usado a vacina para atacar o governador. Em outubro, o presidente desautorizou publicamente o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que havia anunciado a intenção de compra da CoronaVac, a qual chamou de "vacina chinesa de João Doria".
Durante reunião tensa realizada com governadores, por meio de uma videoconferência na manhã de hoje, Pazuello e Doria bateram boca principalmente depois que o governo paulista cobrou uma posição do governo federal sobre a compra da vacina CoronaVac. (Assista ao vídeo abaixo)
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