Maia: no momento em que falamos em vacinas, governo isenta compra de armas
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), criticou hoje a "distorção de prioridades" do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). A declaração foi dada após o Ministério da Economia anunciar que zerou a alíquota do imposto para importação de revólveres e pistolas para 2021 em meio a um cenário incerto do plano nacional de imunização.
"No dia em que estamos debatendo a polêmica da vacina e como a compra das doses será resolvida, o governo vai e isenta a importação de armas", disse ele, em entrevista coletiva na Câmara.
Nos deixa perplexos a falta de prioridade e sensibilidade do governo. As pessoas estão perdendo as vidas, o número de infectados aumentando, hospitais sem leitos de UTI e nós vemos isenção para importação de arma.
Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados
Na última terça-feira (1), o governo chegou a apresentar um plano de vacinação contra a covid-19, mas médicos e especialistas em saúde pública ouvidos pelo UOL apontaram uma série de buracos e questões logísticas.
Na versão preliminar do plano, dividido em quatro etapas de vacinação, o governo federal prevê uma campanha com 109,5 milhões de doses da vacina. Profissionais da saúde, idosos, indígenas, professores, forças de segurança e presos seriam os grupos prioritários.
Segundo Maia, o Congresso deve votar amanhã um projeto sobre a vacina. "Nós vamos enfrentar esse tema, esperamos que o governo possa ter convergência".
Hoje, em entrevista à CNN Brasil, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou que a vacinação emergencial contra a covid-19 pode começar ainda em dezembro com doses da vacina da Pfizer/Biontech. No entanto, o ministro elencou uma série de condições improváveis para que isso aconteça —o que torna remota a possibilidade de imunização ainda em 2020.
'Governo está desesperado'
Para Maia, o governo está desesperado para controlar a presidência da Câmara dos Deputados. "O governo quer desorganizar de vez a agenda do meio ambiente no país e também está interessado em flexibilizar a venda e entrega de armas, entre outras agendas que desrespeitam a sociedade brasileira e minorias", afirmou ele. "Como disse, há pouca prioridade naquilo que é fundamental".
Em fevereiro de 2021, um novo pleito interno das Casas legislativas deve eleger o próximo presidente da Câmara dos Deputados. O governo definiu que seu candidato é o deputado Arthur Lira (PP-AL), líder do centrão.
Cada dia fica mais claro que Bolsonaro quer a presidência da Câmara para pautar os seus projetos de costumes.
"A gente sabe que o governo tem um candidato. A gente sabe que o governo vai jogar pesado para eleger seu candidato. A gente sabe que o governo vai rasgar seu próprio discurso para tentar derrotar o atual presidente da Câmara e o meu candidato", afirmou Maia. "Não quero derrotar ninguém, quero que a Câmara continue no caminho que começamos em 2016".
*Com Estadão Conteúdo
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