Comitê do CDC vota a favor de recomendação da vacina da Pfizer nos EUA
Após aprovação do uso emergencial da vacina da Pfizer, feita pela FDA (Food and Drug Administration), agência de regulação de medicamentos em território americano, ocorrida na noite de ontem, conselheiros independentes do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) votaram hoje a favor da recomendação do imunizante nos Estados Unidos.
Onze membros da comissão votaram a favor e três votaram contra, segundo informou a rede de TV americana CNN.
O órgão estatal é responsável pelo parecer final antes da distribuição do imunizante nos Estados Unidos. Após a recomendação desse comitê, o CDC precisa agora assinar o documento e dar o o,k. para liberar oficialmente o produto.
Apesar de não estarem liberadas formalmente, funcionários da Operação Warp Speed, programa do governo americano que reúne farmacêuticas privadas, já estão embalando as vacinas para despachá-las para entrega. A promessa é de que as primeiras doses da vacina cheguem a centros de inoculação nesta segunda-feira, de acordo com a imprensa local.
A aprovação para o uso emergencial em território americano ocorre dois dias depois de o país registrar 3.034 mortes em decorrência da covid-19 somente na última quinta-feira, de acordo com dados compilados pela página de monitoramento da Universidade Johns Hopkins.
Essa foi a primeira vez que os EUA registram mais de 3 mil óbitos em um único dia, segundo informaram as redes de TV americanas CNN e NBC News. A média diária é de 2.230 óbitos desde o início da pandemia.
Até agora, os Estados Unidos são, de longe, o país mais afetado pela pandemia da covid-19 no mundo: foram 15.820.714 casos do novo coronavírus e 294.715 mortes em decorrência da doença, segundo a Johns Hopkins. Em seguida, em número de casos, aparecem a Índia (com 9.796.769 casos e 142.186 mortes) e o Brasil (com 6.836.313 casos e 180.453 mortes, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte).
Segundo a CNN, as autoridades locais continuam preocupadas com o número de pacientes de covid-19 internados e a capacidade dos hospitais de encontrar quartos suficientes. Na última quarta-feira, o estado Califórnia bateu recordes em casos, hospitalizações e admissões em UTI. O estado possui apenas cerca de 1.500 leitos de UTI disponíveis.
As principais autoridades de saúde do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, traçaram um cronograma no início da semana que prevê distribuir imunizantes contra o novo coronavírus para até 24 milhões de pessoas até meados de janeiro.
Já em meados de março, "a maior parte da população altamente suscetível, cerca de 100 milhões de pessoas" deve ser vacinada, segundo adiantou Moncef Slaoui, o principal conselheiro científico da Operação Warp Speed —programa de desenvolvimento de vacinas do governo Trump.
Nos Estados Unidos, um alerta acompanhará a vacina, anunciou Marion Gruber, da FDA: Não será recomendada para pessoas com alergia a algum de seus ingredientes.
O membro do comitê Paul Offit enfatizou a necessidade de tranquilizar as dezenas de milhões de pessoas alérgicas a ovos ou amendoim.
Situação no Brasil
O gerente geral de medicamentos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Gustavo Mendes, disse hoje que a liberação do uso emergencial da vacina contra a covid-19 produzida pela Pfizer e BioNTech nos Estados Unidos não garante aprovação automática no Brasil.
Em entrevista à Globonews, ele lembrou que nenhum pedido de autorização de uso emergencial de nenhuma empresa foi feito até o momento. "Não há como a Anvisa se posicionar quanto a isso ou dar uma autorização emergencial para uma vacina que não solicitou e essa é uma demanda feita pelas próprias empresas", explicou.
Ao UOL, a Pfizer informou que "segue nas negociações finais com o governo e ainda não deu entrada no pedido de uso emergencial junto à Anvisa".
Outra questão que perguntam muito para gente é 'autorizou lá nos Estados Unidos, seria uma autorização automática aqui pela Anvisa?' Um ponto que é muito importante esclarecer é que existem questões que a Anvisa precisa avaliar e que são cruciais. (...) Por isso é fundamental que a Anvisa receba essa informação e avalie para verificar se a gente está falando que a mesma vacina que mostrou resultados bons de eficácia e segurança é a mesma que vai ser aplicada aqui no Brasil Gustavo Mendes, gerente geral de medicamentos da Anvisa
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