'Não é vacina da China, é vacina do Butantan', diz Dimas Covas
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, rechaçou o rótulo de "vacina chinesa" para a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Sinovac. Esse vem sendo o rótulo usado principalmente por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Para Dimas, o rótulo foi colocado no imunizante contra a covid-19 com objetivo "político e ideológico".
"Primeiro, que não se trata de uma vacina chinesa, é brasileira, do Instituto Butantan. É uma vacina que será incorporada ao portfólio do Butantan. E, em nenhum momento, essa vacina será como outras, absolutamente 100% chinesa", rebateu Dimas, durante participação no programa "Roda Viva", da TV Cultura.
"A vacina de Astrazeneca é produzida na China, a matéria-prima é produzida em Wuhan, a matéria-prima que usamos é produzida em Beijing [Pequim, capital da China]. As duas fábricas, tanto da Sinovac como a que foi contratada pela Astrazeneca, foram inspecionadas recentemente pela nossa Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Esse é o ponto principal: o rótulo que foi colocado é absolutamente com a finalidade política e ideológica", acrescentou, fazendo referência à vacina desenvolvida na parceria entre a Astrazeneca, a Universidade de Oxford e, no Brasil, a Fundação Fiocruz.
Em seguida, a pneumologista Margareth Dalcomo, da FioCruz, que também participou do debate no programa, criticou o rótulo recebido pela Coronavac, do Butantan, e disse se tratar de um "preconceito até ingênuo".
"As pessoas têm que entender para acabar com esse preconceito que é até ingênuo, né? Da vacina chinesa, ou algo assim. A China é o maior produtor de insumos em biotecnologia do mundo. Se formos levar na ponta da faca, é tudo chinês. A fábrica que produz o insumo para Astrazeneca fica na China e foi visitado agora. As pessoas têm que saber disso, que tudo que recebemos, até matéria-prima, para fazermos remédio."
Números da covid em alta no Brasil
O Brasil registrou 526 novos óbitos causados pela covid-19 nesta segunda-feira (14) e completou onze dias com tendência de alta na média móvel de mortes, com 18 estados e o Distrito Federal em aceleração. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte.
Foram 651 óbitos em média nos últimos 7 dias, o que representa uma aceleração de 24% na variação de 14 dias.
Ao todo o país já registra 181.945 óbitos causados pela doença desde o início da pandemia. Houve 27.419 novos diagnósticos positivos para a doença de ontem para hoje em todo o país. Desde o começo da pandemia, o número de infectados no Brasil chegou a 6.929.409. Foram 651 mortes em média nos últimos sete dias.
Dados da Saúde
O Ministério da Saúde divulgou hoje que o Brasil registrou 433 novas mortes causadas pela covid-19 nas últimas 24 horas. O total de óbitos provocados pela doença chegou a 181.835 desde o início da pandemia.
De ontem para hoje, houve 25.193 novas testagens positivas para a covid-19 em todo o país. Desde o começo da pandemia, o número de infectados pelo novo coronavírus subiu para 6.927.145.
De acordo com a pasta, 6.016.085 pessoas se recuperaram da doença, com outras 729.225 em acompanhamento.
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