"A gente não escolhe bandeira de vacina" contra covid, diz Ratinho Júnior
O governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD-PR), criticou hoje a politização da vacina contra covid-19 no Brasil e afirmou que todos devem buscar uma vacina que solucione o problema, independente de onde ela venha.
"A gente não escolhe bandeira de vacina. O que importa é que ela resolva o nosso problema", disse o governador em entrevista à GloboNews.
Hoje, o governo federal só tem um acordo prévio para comprar a vacina produzida pela Astrazeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, mas estados avaliam o uso de vacinas de outros países como a China (SinoVac), Estados Unidos (Pfizer/BioNTech) e Rússia (SputniK V).
"Não queremos fazer da vacina um programa eleitoral. O Brasil tem muito sucesso na questão da imunização. Claro que essas vacinas ainda estão passando por algumas aprovações. A Pfizer foi a única que terminou a fase 3 dos seus estudos, a Oxford, a Sinovac e outros ainda não chegaram ao resultado final. É um assunto que não pode ser tratado como algo político e, sim, como a comunidade científica", completou.
Para o governador apenas "a partir de março o Brasil começa a ter um volume considerável para a população". "Criar uma expectativa e dizer que em 60 dias nós teremos 200 milhões de doses para a população... não acredito nisso".
O Paraná, ao lado da Bahia, já firmou acordo com o instituto russo Gamaleya que está desenvolvendo a vacina Sputnik V. Ontem, eles anunciaram que a vacina tem eficácia de 91,4% contra a covid-19, segundo os dados finais da fase 3 de ensaios clínicos. No Brasil, ainda não houve pedido formal de registro emergencial ou de autorização para testes junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Ratinho minimizou o atraso da submissão de dados sobre a Sputnik V à Anvisa, o que era esperado para setembro. "Não vou fazer da população do Paraná um povo cobaia", afirmou. "Mas é uma irresponsabilidade criar a expectativa de que um só laboratório vai conseguir vacinar toda a população. Não é o laboratório russo que vai resolver o problema, nem a Sinovac, nem a Pfizer, mas temos que trabalhar com três, quatro. Não é correto, e isso é uma avaliação pessoal, vir a frente e dizer quando vai vacinar, quem vai ser vacinado. Quem tem que dizer isso é o Ministério da Saúde, independente de gostar ou não do ministro", afirmou.
Nas últimas semanas, governadores e o Ministério da Saúde divergiram sobre as vacinas. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) aposta na CoronaVac e propôs iniciar a vacinação da população em janeiro, antes da imunização nacional, o que causou um mal-estar com outros estados e o governo federal.
Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, disse que a primeira vacina aprovada pela Anvisa será usada no plano nacional de vacinação, apresentado no final da semana passada, mas não há prazo para que isso aconteça. Ainda segundo o ministro, 15 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca - das 100 milhões acordadas - já começam a chegar em janeiro de 2021. Pazuello também cogitou a vacinação emergencial ainda em dezembro, mas citou um contexto improvável de aprovações para que a vacina fosse aplicada.
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