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Bolsonaro confirma R$ 20 bilhões para vacinas e termo de responsabilidade

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em cerimônia da Marinha no Rio de Janeiro - Isac Nobréga/PR
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em cerimônia da Marinha no Rio de Janeiro Imagem: Isac Nobréga/PR

Do UOL, em São Paulo

15/12/2020 00h01

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou a liberação de R$ 20 bilhões para vacinas e disse que as pessoas terão que assinar termo de responsabilidade para tomar o imunizante contra a covid-19. A declaração ocorreu na noite de hoje durante conversa com apoiadores, em Brasília.

"Devo assinar nesta terça-feira a Medida Provisória de R$ 20 bilhões para comprar vacinas. Talvez, terça-feira. E detalhe, vocês vão ter que assinar um termo de responsabilidade, porque a Pfizer, por exemplo, é bem clara no contrato: 'nós não nos responsabilizamos por efeitos colaterais'. Tem gente que quer tomar, então tome. A responsabilidade é sua. Quer tomar, toma. Se der algum problema por aí... Espero que não dê", disse Bolsonaro a apoiadores.

"Para quem está bem fisicamente, não tem que ter muita preocupação. A nossa preocupação é com o idoso, com quem tem doença, com o pessoal que é gordinho...", completou o presidente, arrancando risadas das pessoas que estavam no local.

Bolsonaro erra ao dizer que quem está bem fisicamente não precisa se preocupar. Qualquer vacina precisa de uma cobertura mínima para fazer efeito. Um estudo publicado em agosto indica que, se um imunizante contra o coronavírus tiver eficácia de 80%, ele precisa ser aplicado em pelo menos 75% da população para acabar com a pandemia.

Se essa adesão mínima não for atingida, o vírus continua circulando, infectando pessoas, deixando sequelas e, em alguns casos, causando mortes. O sarampo, por exemplo, havia sido erradicado nas Américas em 2016, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), mas voltou a ser alvo de preocupação em 2018, após dois surtos da doença no Brasil.

Na semana passada, Bolsonaro reafirmou que disponibilizará as vacinas, de forma gratuita e voluntária, mas sem usá-las para fins políticos, de olho em "projetos pessoais e de poder".

A reação de Bolsonaro ocorreu um dia depois de o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), possível candidato às eleições de 2022, se antecipar à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e anunciar a data de início para a vacinação contra a covid-19 no estado.

O Brasil disponibilizará vacina de forma gratuita e voluntária após comprovada eficácia e registro na Anvisa. Vamos proteger a população respeitando sua liberdade, e não usá-la para fins políticos, colocando sua saúde em risco por conta de projetos pessoais de poder", escreveu Bolsonaro, em post publicado nas redes sociais.

De acordo com o Ministério da Saúde, o governo federal tem acordos com o laboratório AstraZeneca para receber 260 milhões de doses e insumos para fabricação em 2021. Seriam 100 milhões no 1º semestre e mais 160 milhões no 2º semestre. Segundo Pazuello, 15 milhões dessas doses começam a chegar em janeiro.

Além disso, haverá 42 milhões de doses de alguma vacina que virão do consórcio Covax Facility, feito mundialmente. Portanto o SUS (Sistema Único de Saúde) tem a garantia de 300 milhões de doses para 2021, segundo a pasta. Cada indivíduo precisará tomar duas doses, portanto existem vacinas garantidas para 150 milhões de pessoas.

A data de início da vacinação tem preocupado os governadores, que temem que estados como São Paulo e Rio de Janeiro, que sediam o Instituto Butantan e a Fiocruz, respectivamente, iniciem a imunização antes do restante do país. O plano paulista, por exemplo, prevê o início da vacinação para 25 de janeiro.