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Pazuello diz que vai se vacinar e vê obrigatoriedade como 'natural'

Do UOL, em São Paulo

18/12/2020 21h02

O ministro da Saúde Eduardo Pazuello disse hoje que vai se vacinar contra a covid-19 quando chegar o momento da sua faixa etária. A fala do general, que tem 57 anos, vai de encontro com o que disse ontem o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Pazuello também afirmou que viu como "natural" a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de determinar a obrigatoriedade da vacina no Brasil.

Ontem, Bolsonaro disse que não tomaria um imunizante contra a covid-19 porque já contraiu a doença. O presidente argumentou que já tem anticorpos contra a doença e assim estaria imune, mas diversos estudos demonstraram que a proteção imunológica cai significativamente com o tempo e dois casos de reinfecção já foram confirmados no país. No total, o Ministério da Saúde confirma 58 casos suspeitos de reinfecção.

Em entrevista ao SBT News, Pazuello disse que tomará a vacina "desde que registrada pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] e garantida a eficácia". O ministro também reforçou a importância da vacinação para frear a pandemia, que vem se intensificando no Brasil no último mês.

"A vacina é peça fundamental para o controle da contaminação, é por isso que a gente trabalha nela, nessa direção, o tempo todo", disse o chefe da Saúde.

Pazuello também minimizou a possibilidade de a população evitar a vacinação por receio de efeitos colaterais. Para o ministro, as pessoas poderão analisar previamente os riscos, assim como fazem com remédios.

"Da mesma forma como cada médico prescreve um medicamento para aquele paciente, as pessoas também podem observar as diferentes marcas e diferentes tecnologias que estão ali para aquilo que seja menos impactante, possa ter menos efeitos colaterais para essa ou aquela pessoa", comentou o ministro.

Obrigatoriedade "natural"

A decisão de garantir a obrigatoriedade da vacina pelo STF foi vista com naturalidade pelo chefe da pasta federal. Pazuello lembrou que ninguém pode ser vacinado à força, cabendo às autoridades apenas definirem possíveis sanções a quem não quiser se vacinar, e antecipou que o governo ainda definirá que restrições serão essas.

"Cabe a nós do Ministério, em princípio vamos colocar quais são essas restrições. Por exemplo, não ir para um determinado país, determinado evento, são as cláusulas que já acontecem naturalmente. Para você ir a um cargo público, para ir a um determinado país às vezes exige algum tipo de vacina", afirmou o ministro.