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Efeitos da vacinação sobre casos só após abril, diz diretor do Butantan

Do UOL, em São Paulo

09/01/2021 21h13Atualizada em 10/01/2021 20h22

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou hoje que, "se a vacinação contra covid-19 no Brasil começar em janeiro, a queda no número de casos e de mortes pela doença só deve ser sentida em abril".

"A partir de abril, começaremos a ver os efeitos da vacinação porque teremos em torno de 40 milhões de pessoas vacinadas", disse ele. "Na medida que formos vacinando, vamos ver se a pandemia diminui, se os casos diminuem ou se vai existir a imunidade de rebanho", disse ele, em evento no Centro Universitário Claretiano, em Batatais, no interior de São Paullo.

Dimas Covas afirmou que os efeitos da vacinação não são imediatos e que é preciso avançar na imunização de outros grupos, além dos prioritários: "São quase 100 milhões de doses só para pessoas idosas e profissionais de saúde. É uma faixa relativamente pequena. Temos que expandir para ver se a vacina tem eficiência", afirmou.

O Instituto Butantan vai produzir no Brasil a vacina CoronaVac, desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

Mais cedo, o Ministério da Saúde informou que fechou acordo com o Butantan para distribuir com exclusividade as vacinas contra o novo coronavírus pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para todos os estados, simultaneamente.

Pedido de uso emergencial à Anvisa

Ontem, o Butantan fez pedido de uso emergencial à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para aplicar doses da CoronaVac —o uso emergencial é aquele que permite a aplicação de doses em grupos de risco como indígenas, profissionais da saúde e idosos.

A triagem dos documentos, primeira etapa para a liberação da vacina, foi finalizada pela Anvisa, que disse que faltam dados do Butantan. De acordo com a agência, documentos previstos não foram entregues pelo laboratório.

Essa análise feita pela Anvisa é o estágio inicial, serve para conferir, nas primeiras 24 horas, se entre os pedidos há documentos essenciais sobre eficácia e resultados clínicos.

Entre os documentos que o Butantan deixou de entregar, segundo a Anvisa, estão os dados de imunogenicidade do estudo fase 3. Ou seja, sobre a capacidade do medicamento dar resposta imune.