Cientista diz que atraso de vacinas é "incompetência diplomática do Brasil"
A pesquisadora Margareth Dalcomo, da Fiocruz, disse que o atraso no envio de vacinas e insumos, da China e da Índia, significa "a absoluta incompetência diplomática do Brasil". A declaração, em tom emocionado, foi feita pela cientista ao receber o prêmio São Sebastião, oferecido pela Arquidiocese do Rio.
"É absolutamente inaceitável que, nesse momento, no Brasil, a gente acabou de receber a notícia de que as vacinas não virão da China, não virão da Índia", disse ela. (Assista ao vídeo, na íntegra, abaixo)
"O que é que pode justificar nesse que o Brasil não tenha as vacinas disponíveis para sua população?! Isso é injustificável. Não há nada que possa justificar, a não ser a absoluta incompetência diplomática do Brasil, que não permite que cada um dos senhores, suas famílias e aqueles que vocês amam estejam amanhã ou nos próximos meses, de acordo com o cronograma apresentado, recebendo a única solução que há para uma doença como a covid-19", acrescentou a pesquisadora.
Iniciada na segunda-feira, a vacinação contra a covid-19 no País pode ser interrompida em pouco tempo por dificuldades na importação de imunizantes prontos e de matéria-prima para a produção. O programa começou com 6 milhões de doses da Coronavac, importadas da China, cujo uso emergencial foi autorizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Outras 2 milhões de doses prontas da vacina Oxford/AstraZeneca, também tiveram o uso aprovado. Produzidas pelo laboratório Serum, da Índia, essas doses ainda não foram enviadas e não há previsão para isso. O governo brasileiro chegou a preparar um avião na semana passada para buscar o imunizante, mas o país asiático negou a liberação imediata.
O Instituto Butantan ainda aguarda a chegada do chamado insumo farmacêutico ativo, o princípio ativo da vacina, que também vem da China, para poder fabricar mais doses da CoronaVac.
Já a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) também aguarda o envio pela China de insumos para produzir as primeiras doses da vacina Oxford/AstraZeneca no Brasil. No entanto, o atraso na entrega deve adiar de fevereiro para março o início da fabricação.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.