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Distribuição de vacinas contra covid-19 é investigada em Manaus e no DF

Do UOL, em São Paulo

21/01/2021 16h10Atualizada em 21/01/2021 18h32

O MPF (Ministério Público Federal) está investigando uma possível fraude no sistema de distribuição do primeiro lote de vacinas contra a covid-19 em Manaus, no Amazonas. A prefeitura deve informar, em caráter de urgência, dentro de um prazo de até 12 horas, quais foram os profissionais já vacinados, a escala de trabalho dos profissionais na UBS (Unidade Básica de Saúde) Nilton Lins em janeiro, além da lista de atendimentos realizados por eles na unidade de saúde nos dias 18 e 19 de janeiro.

No Distrito Federal, o Ministério Público também está investigando os casos de pessoas ligadas a funcionários da área da saúde que não integram o grupo prioritário, mas se vacinaram contra a covid-19. A região recebeu 106 mil doses, suficientes para imunizar 50 mil pessoas.

Em Manaus, duas médicas recém-formadas foram intimadas pelo MPF. As gêmeas Gabrielle Kirk Maddy Lins e Isabelle Kirk Maddy Lins são filhas de um empresário do ramo da educação no Amazonas, e tomaram a vacina logo após serem nomeadas para trabalhar na área administrativa de uma UBS. Nas redes sociais, ambas compartilharam o momento da vacinação.

Gabrielle foi nomeada na segunda-feira (18) como gerente de projeto, no mesmo dia em que as vacinas foram enviadas para a cidade. O salário dela é de R$ 8 mil.

Decreto proibiu que servidores divulgassem imunização nas redes

As investigações do MPF iniciaram após o prefeito de Manaus, David Almeida, aparecer em uma live realizada nas redes sociais na última terça-feira (19). No vídeo, o chefe do Executivo municipal anunciou uma portaria proibindo a divulgação, em redes sociais, do momento da vacinação dentro das unidades de saúde. Além desse indício, o MPF também recebeu denúncias ligadas ao caso das médicas gêmeas.

O prefeito de Manaus recebeu uma recomendação expedida pelo MPF para que David Almeida não faça qualquer manifestação pública para coibir que os servidores públicos se expressem de forma verbal ou por imagens nas redes.

David Almeida deve realizar um novo vídeo, segundo a recomendação do MPF, informando sobre a permissão aos servidores para divulgar sua própria imunização, caso tenham interesse. O prefeito também deve comunicar sobre a revogação ou cancelamento de qualquer norma que proíba a livre manifestação dos servidores sobre o processo de imunização.

Imunização adiada

Após denúncias de favorecimentos, a vacinação contra a covid-19 para os profissionais de saúde foi suspensa em Manaus por um dia, apenas nesta quinta-feira (21), para que a campanha de imunização seja reformulada. A decisão foi tomada durante uma reunião entre as secretarias de Saúde do Estado do Amazonas e Municipal.

O adiamento ocorreu ao levar em consideração a quantidade de doses de vacinas entregues pelo Ministério da Saúde para a região. O cálculo das autoridades locais estima que as vacinas seriam capazes de atender apenas 34% dos profissionais da área que atuam no estado.