Doria: se Saúde não responder até dia 5, vamos vender CoronaVac aos estados
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), deu mais um ultimato ao Ministério da Saúde hoje. O tucano deu até o dia 5 de fevereiro para que o governo federal responda se pretende ou não comprar 54 milhões de doses da CoronaVac preestabelecidas em contrato - se não, o Instituto Butantan negociará diretamente com estados e municípios.
A decisão marca uma mudança de estratégia do governo que, nesta semana, havia cogitado exportar parte das doses, caso o governo não confirmasse. Durante a coletiva no Palácio dos Bandeirantes, o diretor do Butantan, disse que recebeu por celular uma confirmação não oficial do Ministério de que o contrato deverá ser assinado na próxima terça (2).
Para reforçar a pressão, Doria listou o nome de governantes que já manifestaram interesse em comprar as vacinas e chegou a exibir um depoimento do prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), que falou sobre a intenção de vacinar toda a população da capital paranaense.
O contrato com o ministério, assinado no início de fevereiro, prevê a entrega de 46 milhões de doses da CoronaVac à pasta até o final de abril e uma opção para aquisição de mais 54 milhões de doses, o que levaria a 100 milhões até o final do ano. Em resposta, a Saúdej já havia declarado nesta semana que o acordo prevê uma resposta em até 30 dias após a entrega do último lote, em abril.
Logo após Doria se manifestar, o presidente do Butantan, Dimas Covas, afirmou que recebeu uma mensagem de um funcionário da Saúde informando que a assinatura da compra dos 54 milhões de doses ocorrerá até terça (2). Ainda não há confirmação oficial.
"Com todo esse apoio que recebemos e manifestações ao próprio STF [Supremo Tribunal Federal], hoje, alguns minutos atrás, recebi comunicação de a pessoa responsável pelo departamento de logística [do Ministério] avisando que contrato será assinado na terça-feira da próxima semana. É uma boa notícia e esperamos que se concretize", disse Covas.
Mudança de estratégia
Na última quarta-feira (27), o governo havia optado por pressionar o governo federal para a compra das doses não por meio da negociação com os estados, mas pela exportação das doses mesmo que a vacinação não tivesse acabado por aqui. Desde ontem, Doria passou a mirar no repasse interno das vacinas.
Sobre a mudança de tom, Covas afirmou hoje que a exportação não vai interferir na negociação interna, e que se tratam de acordos diferentes e que não competem entre si.
"Houve confusão na última coletiva. O abastecimento desses países é um contrato entre Sinovac, Butantan e países. É adicional ao quantitativo de doses que se disponibiliza para o Brasil. A Sinovac disponibilizou doses prontas, que serão liberadas assim que assinarem o contrato. Isso não é competitivo com vacinação no Brasil", disse ele. "Nós vamos continuar fazendo essa intermediação. Alguns países conseguiram interlocução direta, como foi caso do Paraguai e Colômbia."
Ao longo da semana, após o início das pressões públicas do governo de São Paulo, o ministério da Saúde divulgou nota alegando que tem exclusividade contratual na compra de doses da CoronaVac importadas e produzidas pelo Butantan e prazo até 30 de maio para manifestar interesse no lote adicional.
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