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Pelo 2º dia, país tem maior média de mortes por covid-19 em 6 meses

Profissional de saúde em hospital de Manaus, em janeiro; cidade passou por colapso - Yago Frota/Estadão Conteúdo
Profissional de saúde em hospital de Manaus, em janeiro; cidade passou por colapso Imagem: Yago Frota/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

30/01/2021 19h11

O Brasil teve neste sábado (30), pelo segundo dia consecutivo, a maior média móvel de mortes por covid-19 em seis meses. Nos últimos sete dias, houve 1.071 óbitos, em média, provocados pela doença em todo o país, de acordo com o consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte.

É a maior marca desde 26 de julho, quando a média ficou em 1.074 mortes. Hoje é o décimo dia consecutivo no qual o país tem média móvel de óbitos por covid-19 acima de mil. A última vez na qual houve uma sequência tão longa foi entre 3 de julho e 2 de agosto (31 dias). Neste período, foi computado o recorde de 1.097 óbitos em média, verificado em 25 de julho.

Pelo quinto dia seguido, o Brasil registrou mais de mil novas mortes causadas pela covid-19. Pelos números do consórcio, foram computados 1.196 novos óbitos de ontem para hoje, elevando o total de mortes para 223.971 desde o início da pandemia. O Ceará não informou hoje a atualização no número de novos casos e de óbitos.

Nas últimas 24 horas, o Brasil apresentou 55.717 testes positivos para a covid-19, elevando para 9.175.194 o total de infectados desde o começo da pandemia.

O Brasil ultrapassou hoje a marca de 2 milhões de vacinados contra a covid-19. No total, 2.002.455 pessoas já foram imunizadas, de acordo com dados das secretarias de saúde de 25 estados e do Distrito Federal. No entanto, apenas 12 estados informaram atualizações desses dados neste sábado (30).

Especialistas indicam cálculo de média móvel

Para medir a situação das mortes por causa da covid-19, especialistas indicam usar a média móvel dos óbitos, que calcula a média de registros observada nos últimos sete dias. A operação é a mais adequada para observar a tendência das estatísticas, por equilibrar as variações abruptas dos números ao longo da semana.

O consórcio de veículos de imprensa adotou esse período para verificar as oscilações na média móvel. É possível falar em queda nos números quando a diminuição é maior do que 15% se verificado nos últimos 14 dias —no caso, o período das duas últimas semanas. Caso os números aumentem mais do que 15%, há aceleração da epidemia. Valores intermediários indicam estabilidade.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: estável (-2%)

  • Minas Gerais: estável (5%)

  • Rio de Janeiro: estável (-6%)

  • São Paulo: estável (-4%)

Região Norte

  • Acre: aceleração (45%)

  • Amazonas: aceleração (97%)

  • Amapá: aceleração (26%)

  • Pará: aceleração (41%)

  • Rondônia: aceleração (40%)

  • Roraima: aceleração (94%)

  • Tocantins: queda (-27%)

Região Nordeste

  • Alagoas: estável (7%)

  • Bahia: estável (8%)

  • Ceará: aceleração (109%)

  • Maranhão: estável (0%)

  • Paraíba: estável (0%)

  • Pernambuco: estável (-14%)

  • Piauí: estável (-2%)

  • Rio Grande do Norte: queda (-40%)

  • Sergipe: queda (-31%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: aceleração (18%)

  • Goiás: aceleração (53%)

  • Mato Grosso: aceleração (48%)

  • Mato Grosso do Sul: queda (-19%)

Região Sul

  • Paraná: aceleração (92%)

  • Rio Grande do Sul: queda (-24%)

  • Santa Catarina: estável (-8%)

Dados do governo federal

O Brasil registrou 1.279 novas mortes provocadas pela covid-19 em um intervalo de 24 horas, segundo o Ministério da Saúde. Em boletim divulgado neste sábado (30), a pasta informou que são 223.945 óbitos desde o início da pandemia.

De ontem para hoje, houve 58.462 diagnósticos positivos para o novo coronavírus em todo o país. Desde o começo da pandemia, o total de infectados chegou a 9.176.975.

Segundo a pasta, 7.998.246 pessoas se recuperaram da doença, enquanto outras 954.784 estão em acompanhamento.

Bolsonaro diz que comprará vacina russa se Anvisa aprovar

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que vai comprar a vacina russa contra a covid-19 Sputnik V caso ela seja aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

"Se a Anvisa aprovar, a gente vai comprar a Sputnik. Tem um 'cheque' meu, assinado em dezembro, de R$ 20 bilhões para comprar esse material", afirmou na manhã de hoje, em entrevista transmitida pela CNN Brasil. O presidente deixou o Palácio do Alvorada, em Brasília, para fazer a revisão de sua moto.

Nos últimos meses,aApós fazer críticas à CoronaVac, vacina produzida pelo Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, Bolsonaro passou a dizer que compraria qualquer vacina que fosse aprovada pela Anvisa, mas não havia feito menção direta à Sputnik V.

Governo decreta lockdown em região do PA

O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), anunciou hoje que a região do Baixo Amazonas e Calha Norte entrará em lockdown por causa da identificação de dois casos da variante do Amazonas do novo coronavirus na cidade de Santarém (PA).

A medida valerá a partir das 0h de segunda-feira (1º). A região faz divisa com Amazonas, que enfrentou um colapso no sistema de saúde diante do aumento de casos de covid-19 na última semana. A nova variante, que foi identificada primeiro em Manaus e se tornou predominante no estado, é apontada como responsável pela explosão da doença diante de um maior potencial de transmissibilidade.