Com 13 estados em aceleração, país está há 12 dias com média de mil mortos
Pelo 12º dia consecutivo, o Brasil apresentou média móvel de mortes por covid-19 acima de mil. Nas últimas 24 horas, o país computou 609 novos óbitos causados pela doença. Isso não indica quando as mortes de fato ocorreram, mas, sim, a data em que passaram a constar dos balanços oficiais. A média de mortes dos últimos sete dias é de 1.062 vítimas.
O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, baseado nos dados das secretarias estaduais de saúde.
A variação na comparação com 14 dias atrás foi de 10%, o que representa estabilidade, ainda que em números muito altos.
Das regiões, Nordeste (-18%) e Sudeste (-27%) apresentaram queda. Norte (8%), Centro-Oeste (4%) e Sul (-6%) registraram estabilidade.
Dos estados, nove tiveram estabilidade. Doze e mais o Distrito Federal apresentaram aceleração e cinco tiveram queda.
Este já é o segundo período mais longo no qual o Brasil registrou média móvel acima de mil mortes por covid-19 nos sete dias anteriores. A maior sequência em toda a pandemia ocorreu entre 3 de julho e 2 de agosto (31 dias). Neste intervalo, houve o recorde de 1.097 óbitos em média, verificado em 25 de julho.
Nos dias 29 e 30 de janeiro, o país teve as maiores médias de mortes por covid-19 dos últimos seis meses: 1.068 e 1.071, respectivamente.
No total, 225.143 pessoas já morreram devido à covid-19 no Brasil. De ontem para hoje, foram computados 27.225 diagnósticos positivos para o novo coronavírus, elevando o total de infectados desde o começo da pandemia para 9.230.016.
Hoje, o Brasil chegou a 2.220.216 vacinados contra a doença, de acordo com dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde. O Distrito Federal e mais 20 estados atualizaram os seus dados sobre a vacinação em relação ao domingo.
Especialistas indicam cálculo de média móvel
Para medir a situação das mortes por causa da covid-19, especialistas indicam usar a média móvel dos óbitos, que calcula a média de registros observada nos últimos sete dias. A operação é a mais adequada para observar a tendência das estatísticas, por equilibrar as variações abruptas dos números ao longo da semana.
O consórcio de veículos de imprensa adotou esse período para verificar as oscilações na média móvel. É possível falar em queda nos números quando a diminuição é maior do que 15% se verificado nos últimos 14 dias —no caso, o período das duas últimas semanas. Caso os números aumentem mais do que 15%, há aceleração da epidemia. Valores intermediários indicam estabilidade.
Veja a situação por estado e no Distrito Federal:
Região Sudeste
- Espírito Santo: estável (-3%)
- Minas Gerais: estável (4%)
- Rio de Janeiro: estável (-5%)
- São Paulo: estável (-7%)
Região Norte
- Acre: aceleração (75%)
- Amazonas: aceleração (62%)
- Amapá: aceleração (21%)
- Pará: aceleração (48%)
- Rondônia: aceleração (43%)
- Roraima: aceleração (31%)
- Tocantins: queda (-24%)
Região Nordeste
- Alagoas: estável (3%)
- Bahia: aceleração (16%)
- Ceará: aceleração (126%)
- Maranhão: aceleração (30%)
- Paraíba: estável (1%)
- Pernambuco: estável (-5%)
- Piauí: estável (-9%)
- Rio Grande do Norte: queda (-33%)
- Sergipe: queda (-38%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: aceleração (26%)
- Goiás: aceleração (71%)
- Mato Grosso: aceleração (17%)
- Mato Grosso do Sul: queda (-11%)
Região Sul
- Paraná: aceleração (116%)
- Rio Grande do Sul: queda (-17%)
- Santa Catarina: queda (-23%)
Dados da Saúde
O Ministério da Saúde divulgou hoje que o Brasil registrou 595 novas mortes provocadas pela covid-19 nas últimas 24 horas. O total de óbitos causados pela doença no país chegou a 225.099 desde o início da pandemia.
De ontem para hoje, houve 24.591 casos confirmados de covid-19. Desde o começo da pandemia, o número de infectados em todo o país subiu para 9.229.322.
De acordo com o governo federal, 8.077.967 pessoas se recuperaram da doença, com outras 926.256 em acompanhamento.
Doria diz que China liberou mais 5,6 mil litros de insumos para a CoronaVac
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse hoje que a China liberou um novo lote de 5,6 mil litros de insumos para a produção da CoronaVac, a vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e fabricada, no Brasil, pelo Instituto Butantan. Segundo Dimas Covas, presidente do instituto, essa quantidade de matéria-prima é o suficiente para produzir 8,7 milhões de doses.
O lote se soma ao que tem previsão de chegada para esta quarta-feira (3) à noite no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). São 5,4 mil litros de IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) da farmacêutica chinesa Sinovac que já estão no aeroporto de Pequim à espera dos últimos trâmites para embarque, de acordo com o governo paulista.
A estimativa do Instituto Butantan é que este lote de insumos renda cerca de 8,6 milhões de doses.
Com os dois lotes, poderão ser produzidas 17,3 milhões de novas doses da CoronaVac. Segundo Dimas Covas, as doses começarão a ser disponibilizadas ao Ministério da Saúde até a primeira quinzena de março.
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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