Doria diz que China liberou mais 5,6 mil litros de insumos para a CoronaVac
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse hoje que a China liberou um novo lote de 5,6 mil litros de insumos para a produção da CoronaVac, a vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e fabricada, no Brasil, pelo Instituto Butantan. Segundo Dimas Covas, presidente do instituto, essa quantidade de matéria-prima é o suficiente para produzir 8,7 milhões de doses.
O lote se soma ao que tem previsão de chegada para esta quarta-feira (3) à noite no Aeroporto de Viracopos, em Campinas. São 5,4 mil litros de IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) da farmacêutica chinesa Sinovac que já estão no aeroporto de Pequim à espera dos últimos trâmites para embarque, de acordo com o governo paulista.
A estimativa do Instituto Butantan é que este lote de insumos renda cerca de 8,6 milhões de doses.
Com os dois lotes, poderão ser produzidas 17,3 milhões de novas doses da CoronaVac. Segundo Dimas Covas, as doses começarão a ser disponibilizadas ao Ministério da Saúde até a primeira quinzena de março.
O que já se sabe sobre a negociação da CoronaVac:
- Até agora, o Butantan já disponibilizou 8,7 milhões de doses da vacina para serem distribuídas pelo PNI (Programa Nacional de Imunização) contra a covid-19.
- O acordo com o governo federal prevê numa primeira etapa a entrega de 46 milhões de doses.
- Outros 54 milhões ainda precisam da assinatura do contrato entre o Ministério e o Butantan, o que deve acontecer nesta semana, segundo sinalização da pasta chefiada pelo ministro Eduardo Pazuello.
Durante a semana passada, a importação dos insumos vindos da China foi motivo de disputa entre os governos paulista e federal, com ambos reivindicando para si a responsabilidade por conseguir a liberação da matéria-prima. Na última segunda-feira (25), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou que o embarque do IFA aconteceria "nos próximos dias". No dia seguinte, Doria convocou uma coletiva e após uma reunião com o embaixador chinês Yang Wanming.
Desavenças com Ministério da Saúde
Apesar de a vacinação estar em andamento, o governo de São Paulo mantém desavenças com o Ministério da Saúde. Hoje, o diretor executivo do Centro de Contingência da covid-19, João Gabbardo, criticou o governo federal por, segundo ele, obrigar o armazenamento das segundas doses.
O governo paulista entende que é urgente vacinar o maior número de pessoas possível com as doses disponíveis. Segundo Gabbardo, com a garantia anunciada que chegarão novos insumos, não haverá falta de doses até prazo máximo da segunda aplicação, que é de 28 dias.
Gostaria de reforçar e renovar um pedido que já fiz. Que o ministério libere o mais rápido possível as vacinas reservadas para segunda dose, para que a gente possa acelerar a vacinação dos idosos. (...) A justificativa que havia, de que poderíamos correr risco ao liberar todas doses, não há mais. (...) Com remessas de insumos chegando em São Paulo, podemos fazer programa em que se acelera vacinação sem correr risco de não ter segunda dose quando necessário. Acelerar processo significa mudança nos indicadores.
João Gabbardo, diretor do Centro de Contingência
João Doria também pressionou o Ministério da Saúde para que o PNI inclua rapidamente novas faixas etárias de idosos. Atualmente só estão previstas datas para vacinação de quem tem acima de 85 anos.
"Caso o governo federal não confirme essa posição para proteger pessoas de idade, São Paulo vai vacinar no programa estadual. Fizemos com quilombolas, que governo retirou do programa nacional. Já terminamos imunização de quilombolas aqui. Faremos o mesmo com população de mais idade, caso não tenhamos confirmação do governo federal. São Paulo não deixará de vacinar pessoas com mais de 70 anos", prometeu Doria, que incluiu quilombolas na primeira fase de vacinação do PEI (Programa Estadual de Imunização).
Por enquanto São Paulo agendou para 8 de fevereiro o início da vacinação de quem tem mais de 90 anos. E para 15 de fevereiro a imunização de quem tem entre 85 e 89 anos.
Hoje, a equipe de Doria mudou a frase exposta nos púlpitos onde ficam os participantes da coletiva. Antes, era #VacinaJá. Agora, #VacinaParaTodos.
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