Topo

Esse conteúdo é antigo

Bolsonaro diz que votou para vacinar sua mãe, mas espera decisão de irmãos

O presidente Jair Bolsonaro e a mãe Olinda Bonturi Bolsonaro, de 93 anos - Reprodução/Instagram
O presidente Jair Bolsonaro e a mãe Olinda Bonturi Bolsonaro, de 93 anos Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

08/02/2021 19h38

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou hoje que está sendo realizada uma votação entre seus irmãos para decidirem se vacinam ou não a mãe, Olinda Bonturi Bolsonaro, de 93 anos, que faz parte do grupo de risco do novo coronavírus.

"Temos um vírus. Estamos preocupados. Hoje meus irmãos decidiram, estão votando aqui se a minha mãe vai ser vacinada ou não com 93 anos de idade. Eu já dei [meu voto] lá, votei sim. Com 93 anos ser vacinada mesmo com uma vacina aí, não está comprovada cientificamente", contou o presidente Bolsonaro em entrevista ao "Brasil Urgente", da TV Bandeirantes.

Bolsonaro, porém, mente ao dizer que a vacina "não está comprovada cientificamente". As duas vacinas aplicadas atualmente no país —a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório Sinovac, e a da Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca— foram aprovadas emergencialmente pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 17 de janeiro.

Ambas divulgaram sua taxa de eficácia global contra a covid-19 acima de 50%, índice estipulado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) para aprovação dos imunizantes, comprovando cientificamente a sua eficácia.

Nos testes, nenhum voluntário vacinado adquiriu uma forma grave da covid-19 se contaminado. As taxas de eficácia dos dois imunizantes são semelhantes às verificadas em vacinas que já fazem parte do PNI (Programa Nacional de Imunização), como a da gripe.

MP das Vacinas

Foi aprovada pelo Senado, em 4 de fevereiro, uma Medida Provisória sobre as vacinas, que em um de seus trechos solicita que a Anvisa analise os pedidos de uso emergencial em até cinco dias para vacinas que já foram aprovadas em outros países, contra os dez dias de prazo que vigora atualmente no Brasil.

O diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, já solicitou ao presidente Bolsonaro o veto da medida. Também admitiu a possibilidade de entrar com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal), mas avalia a situação como uma "medida extrema" e que atualmente não seria um momento propício.

"O que foi votado agora e que vou vetar ou sancionar é que a MP foi alterada. Ela prevê uma sanção automática. Se a Anvisa em cinco dias não conseguir dizer que essa vacina é de boa qualidade e vai surtir seus efeitos, ela aprovada está. Esse é o grande problema que tem", explicou Bolsonaro.

Apesar de não explicitar se atenderá o pedido da Anvisa, Bolsonaro explicou que o governo "tem de jogar junto" com a agência. "Da minha parte, eu, para sancionar qualquer coisa, ouço os ministérios. E ouvimos também a Anvisa. A Anvisa é um órgão independente. Quem vai ouvir a Anvisa é o Ministério da Saúde, que tem de jogar junto nesta questão", concluiu.