Bolsonaro quer importar de Israel 'spray' ainda em estudo para tratar covid
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou hoje que deve conversar amanhã com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sobre a possibilidade de importar um medicamento experimental contra o câncer que pode ajudar na recuperação de pacientes de covid-19 hospitalizados.
"Em Israel é um spray [que estão testando], estamos em contato, já está acertado o encontro virtual [com Netanyahu] para falarmos sobre esse novo spray que está servindo, pelo menos experimentalmente, para pessoas em estado grave. Está em estado grave? Toma, poxa, vai esperar ser intubado?", disse Bolsonaro, durante sua live semanal.
Lá [em Israel] está sendo desenvolvido, em fase final, um remédio para curar [sic] a covid-19. Quando falei remédio lá atrás, levei pancada, entraram na pilha da vacina. O cara que entra na pilha só da vacina é um idiota útil, porque devemos ter varias opções. Para quem está contaminado, não adianta vacina.
Jair Bolsonaro, ao explicar interesse em medicamento experimental
Ele também fez uma falsa equivalência ao comparar a ausência de evidências mais robustas sobre a eficácia do medicamento com o fato de as vacinas contra a covid-19 não terem registro definitivo na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Ao contrário do spray testado em Israel, os imunizantes hoje utilizados no Brasil e no mundo têm eficácia, qualidade e segurança atestados por estudos clínicos.
O suposto sucesso do medicamento experimental no tratamento da covid-19 foi anunciado pelo governo de Israel na última sexta-feira (5). Pesquisadores afirmaram que 29 dos 30 pacientes com quadros moderados a graves da doença se recuperaram completamente em cinco dias após tomar o remédio, por ora chamado de EXO-CD24.
Ainda são necessários mais testes em humanos para comprovar a eficácia contra o coronavírus da droga originalmente desenvolvida para combater o câncer de ovário. O estudo feito em Israel tem algumas limitações: além do número muito pequeno de pacientes testados, o ensaio não comparou o spray a um placebo, o que significa que os cientistas não podem dizer com certeza se o medicamento está por trás da rápida recuperação dos doentes.
Segundo Bolsonaro, a ideia é trazer o remédio para o Brasil para submeter à análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele destacou que está debatendo o assunto com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Na live de hoje, o presidente voltou a defender o tratamento off label (fora da bula), e o uso da hidroxicloroquina contra a covid-19, apesar de não existir comprovação da sua eficácia contra a doença.
(Com Estadão Conteúdo)
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