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Prefeito diz que colapso em Araraquara é prenúncio ao Brasil: 'gravíssimo'

Colaboração para o UOL

18/02/2021 09h22Atualizada em 18/02/2021 17h40

A pandemia de covid-19 está grave em Araraquara, no interior de São Paulo. E de acordo com o prefeito da cidade, Edinho Silva (PT), isso serve como alerta para o Brasil todo, principalmente porque a doença tem afetado de forma grave também os mais jovens.

Em entrevista à GloboNews, Edinho afirmou que, diante do aumento de casos, internações e mortes na cidade, a prefeitura enviou amostras de coronavírus dos cidadãos para o Instituto de Medicina da USP (Universidade de São Paulo). Foi feito um sequenciamento do vírus, que mostrou alta quantidade da variante encontrada em Manaus. Isso pode ter causado a maior infecção em Araraquara, o que serve de prenúncio para o país, no entendimento do prefeito.

"Estamos em pico ascendente de contaminações. A cidade essa semana bateu seu recorde de contaminações. 53% das amostras remetidas voltaram positivadas. Ontem alcançamos 47% das amostras positividadas", afirmou Edinho à GloboNews.

É uma situação gravíssima. Eu penso que é algo que tem que alertar o estado e o Brasil.
Edinho Silva, prefeito de Araraquara, à GloboNews

"Historicamente, o coronavírus só evoluía em pacientes com mais de 60 anos ou com fragilidade física. Agora não. Começamos a ver uma doença que evolui de forma rápida em pacientes jovens e clinicamente saudáveis. Isso chamou atenção", disse ele.

De acordo com boletim divulgado ontem, Araraquara está com 100% dos leitos de enfermaria e UTI ocupados. Edinho afirmou que a cidade está com dificuldades para abrir novos leitos e acrescentou que falta estrutura para aumentar a oxigenação nos hospitais. O prefeito disse que essa crise de infraestrutura pode se repetir no país.

"O Governo de São Paulo autorizou a prefeitura a gerar leitos. Mas não adianta só autorizar leitos. O leito não é só a cama. Significa ter infraestrutura para que esse leito funcione. E todas as cidades têm dificuldades para montar equipes médicas. E outra dificuldade é o que vimos em Manaus, que parecia uma cena dantesca a distância, mas é a falta de produção de oxigênio. É a falta de infraestrutura de produzir gases medicinais, que dê condição de jogar isso no pulmão do paciente. Então temos hoje um problema de infraestrutura", disse o prefeito.

O que vivemos em Araraquara é um prenúncio do que está por vir em São Paulo e no Brasil. As autoridades têm que ter dimensão do que está por vir. Estamos em uma situação mais séria do que em 2020".
Edinho Silva

Desde o começo da pandemia, Araraquara registrou 12.631 casos e 158 mortes. Nesta semana a cidade tem registrado recordes de testes positivos e começou a fazer um lockdown, com fiscalização intensa, para tentar controlar a situação.