Há 31 dias com média de mortes acima de mil, país repete pior fase de 2020
Com uma média de 1.051 mortes confirmadas em decorrência da covid-19 nos últimos sete dias, o Brasil completa hoje 31 dias consecutivos em que o índice tem se mantido acima de mil. Assim, a série se iguala ao período mais longo em que isso ocorreu na pandemia: foram 31 dias seguidos, entre 3 de julho e 2 de agosto, durante o auge da primeira onda da pandemia.
Em 2021, contudo, foi registrada a maior média de óbitos de toda a pandemia. No domingo (14), o Brasil apresentou a pior média diária de mortes em toda a pandemia: 1.105. Antes, a maior marca havia sido verificada em 25 de julho (1.097).
O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, baseado nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde. Os números não indicam quando as mortes de fato ocorreram, mas, sim, quando passaram a contar dos balanços oficiais.
As estatísticas das secretarias estaduais de saúde totalizam 246.006 mortos pela covid-19 desde a chegada do novo coronavírus ao país. Foram 56.572 novos casos registrados em um dia, alcançando a marca de 10.138.265 contaminados pelo novo coronavírus.
Já de acordo com o governo federal, o Brasil contabilizou 1.212 novos óbitos nas últimas 24 horas, totalizando 245.977 mortes. Conforme a pasta, foram confirmados 57.472 casos no período, com o país chegando a 10.139.148 infectados desde o começo da pandemia, em março do ano passado. Desses, 9.067.939 pessoas se recuperaram da doença, com outras 825.232 em acompanhamento.
11 estados em aceleração
Apesar dos números, o cenário do Brasil é considerado estável. Nos últimos 14 dias, a média diária de mortes apresentou oscilação de 5% — um ponto percentual a mais do que ontem.
Em todo o território nacional, 11 estados apresentam aceleração no total de mortes, enquanto outros 11 e o DF estão estabilizados. Outros quatro registram quedas em suas curvas.
Das regiões, apenas o Nordeste (28%) apresenta aceleração, enquanto Sul (14%), Centro-Oeste (13%), Sudeste (-2%) e Norte (-5%) estão estáveis. O Brasil (5%) como um todo tem estabilização nos dados.
A média dos últimos sete dias é considerada pelos especialistas a melhor forma de observar o cenário da covid-19. Aos fins de semana e feriados, por exemplo, os números costumam cair por causa da menor disponibilidade de equipes de saúde para atualizar os dados. A média dos últimos sete dias é uma forma de atenuar essas distorções.
Para definir se o cenário é de aceleração, estabilidade ou queda, é calculada a variação no período de 14 dias.
Veja a situação por estado e no Distrito Federal:
Região Sudeste
- Espírito Santo: estável (-7%)
- Minas Gerais: estável (-4%)
- Rio de Janeiro: estável (0%)
- São Paulo: estável (-2%)
Região Norte
- Acre: aceleração (90%)
- Amazonas: queda (-33%)
- Amapá: estável (-5%)
- Pará: aceleração (65%)
- Rondônia: aceleração (97%)
- Roraima: aceleração (53%)
- Tocantins: queda (-32%)
Região Nordeste
- Alagoas: estável (14%)
- Bahia: aceleração (64%)
- Ceará: estável (-10%)
- Maranhão: estável (6%)
- Paraíba: aceleração (26%)
- Pernambuco: aceleração (34%)
- Piauí: estável (-9%)
- Rio Grande do Norte: aceleração (63%)
- Sergipe: queda (-24%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: estável (5%)
- Goiás: aceleração (45%)
- Mato Grosso: estável (-5%)
- Mato Grosso do Sul: queda (-19%)
Região Sul
- Paraná: estável (9%)
- Rio Grande do Sul: aceleração(22%)
- Santa Catarina: aceleração (16%)
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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