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Fevereiro se torna 2º mês mais letal em toda a pandemia no Brasil

Em fevereiro, Brasil registrou recordes de mortes por covid-19 em um intervalo de 24 horas e média de óbitos - Andre Coelho/Getty Images
Em fevereiro, Brasil registrou recordes de mortes por covid-19 em um intervalo de 24 horas e média de óbitos Imagem: Andre Coelho/Getty Images

Ricardo Espina

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/03/2021 18h53

Fevereiro se tornou o segundo mês mais letal da pandemia no Brasil. Nos 28 dias, foram registradas 30.484 mortes provocadas pela covid-19 em todo o país. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, baseado em dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.

Até o momento, o mês com o maior número de óbitos por covid-19 foi julho de 2020: 32.812. Ali, o Brasil viveu o auge da primeira onda da pandemia e registrou, até então, a maior média móvel (1.097, em 25 de julho) e a maior quantidade de vítimas em um intervalo de 24 horas (1.554, em 29 de julho).

Vale ressaltar, porém, que mesmo com três dias a menos do que julho, o mês de fevereiro de 2021 apresentou números alarmantes. Das dez médias mais altas em toda a pandemia, nove foram registradas no último mês. Em seis dias, a média móvel superou a marca de 25 de julho - cinco delas ocorreram na última semana do mês:

  • 28 de fevereiro - 1.208
  • 27 de fevereiro - 1.180
  • 25 de fevereiro - 1.150
  • 26 de fevereiro - 1.148
  • 24 de fevereiro - 1.129
  • 14 de fevereiro - 1.105

Em 25 de fevereiro, o país bateu o recorde de novas mortes por covid-19 computadas em um intervalo de 24 horas. 1.582. Dos dez dias mais letais de toda a pandemia, quatro ocorreram em fevereiro:

  • 25 de fevereiro - 1.582
  • 11 de fevereiro - 1.452
  • 24 de fevereiro - 1.433
  • 18 de fevereiro - 1.432

Após o Brasil apresentar queda no número de mortes causadas pela covid-19 entre agosto e novembro, os índices voltaram a subir. Fevereiro é o terceiro mês consecutivo no qual há um aumento de óbitos em relação ao mês anterior.

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.