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MG: Prefeito se revolta com manifestantes que pediam reabertura de comércio

Prefeito em Patos de Minas bate boca com manifestantes que pediam a reabertura do comércio - Reprodução/TV Paranaíba/TV Record
Prefeito em Patos de Minas bate boca com manifestantes que pediam a reabertura do comércio Imagem: Reprodução/TV Paranaíba/TV Record

Gilvan Marques

Do UOL, em São Paulo

04/03/2021 16h52

O prefeito de Patos de Minas, Luís Eduardo Falcão (Podemos-MG), se revoltou contra manifestantes que protestavam na porta da prefeitura contra medidas de combate à pandemia da covid-19 e pediam a reabertura do comércio na cidade. O incidente ocorreu na tarde de hoje.

Nas imagens, captadas pela equipe da TV Paranaíba, afiliada da Record no Triângulo Mineiro, Falcão surge discutindo com os manifestantes que seguravam cartazes e gritavam frases como "o vírus não vai embora".

"Isso não funciona [o fechamento do comércio]", disse uma das pessoas que criticavam as medidas. "A culpa agora é minha? É minha? O problema é que, em 15 dias, com 300 casos. Não é igual a 2020 inteiro com 10 casos, não", rebateu o prefeito, irritado. (Assista ao vídeo abaixo)

Em nota enviada ao UOL, a assessoria de imprensa da prefeitura informou que "respeita o direito à liberdade de expressão e acolhe as manifestações quando feitas de maneira respeitosa e ordeira", mas que "o momento é delicado para todos, e nunca foi e continua não sendo o desejo da atual gestão interferir no trabalho e rotina da população e do comércio".

"Contudo reduzir a circulação das pessoas, até o avanço mais efetivo da vacinação, ainda é a medida mais eficaz para frear o aumento de casos de covid-19." (Leia a nota no fim da reportagem)

Segundo a secretaria municipal de Saúde, Patos de Minas contabiliza, até agora, 9.906 casos de covid-19 e 185 mortes em decorrência da doença.

Governador de MG impõe lockdown

Devido à alta no número de casos, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO), anunciou ontem que as regiões noroeste do estado e o Triângulo Norte (o norte do Triângulo Mineiro) entrarão em lockdown, devido à pandemia da covid-19. A medida começa a valer amanhã e tem duração inicial de 15 dias — novas avaliações serão feitas posteriormente.

Zema destacou as cidades-polo de Uberlândia e Patos de Minas, que têm o sistema de Saúde mais afetado — pacientes tiveram de ser transferidos para municípios vizinhos. Essas e outras cidades do Triângulo Norte e do noroeste regrediram para a Onda Roxa, a mais severa na classificação dentro do programa Minas Consciente — a região metropolitana de Belo Horizonte está na Onda Vermelha e corre o risco de regredir para a Roxa.

Os municípios serão incluídos obrigatoriamente, ou seja, não terão a opção de recusar a decisão do governo estadual. Fica imposto o toque de recolher entre 20h e 5h; durante o dia, apenas as pessoas que trabalham em serviços essenciais poderão transitar, seja por carro particular ou transporte público; é obrigatório o uso de máscaras em qualquer espaço público ou privado; eventos familiares e de empresas também estão proibidos. As cidades terão ainda barreiras sanitárias nas entradas de cada município.

Leia a nota da prefeitura na íntegra

A Prefeitura de Patos de Minas respeita o direito à liberdade de expressão e acolhe as manifestações quando feitas de maneira respeitosa e ordeira. O momento é delicado para todos, e nunca foi e continua não sendo o desejo da atual gestão interferir no trabalho e rotina da população e do comércio. Contudo reduzir a circulação das pessoas, até o avanço mais efetivo da vacinação, ainda é a medida mais eficaz para frear o aumento de casos de Covid-19.

Os números começam a mostrar que as medidas mais restritivas do Decreto Municipal 5.001, de 16 de fevereiro, surtiram efeito positivo sobre o cenário epidemiológico. A tendência era começar a retomar as atividades gradativamente, para não desperdiçar o sacrifício feito por todos durante os últimos 15 dias. No entanto o Governo estadual trouxe uma medida impositiva, não cabendo ao poder local o direito de escolha neste momento.

A atual gestão vem, desde o início, investindo na ampliação e estruturação da rede municipal de saúde, tanto que triplicou o número de UTIs no Hospital de Campanha e contratou dezenas de profissionais. Tem, ainda, fortalecido a fiscalização e aplicado as vacinas nos públicos prioritários num esquema cuidadosamente preparado a partir do esforço conjunto das equipes de saúde.

O combate ao coronavírus exige esforços de todos, e agora cabe a cada um respeitar as medidas para, o mais breve possível, vencermos este momento.