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Schelp: Brasil representa 43% na alta de infectados por covid-19 no mundo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

04/03/2021 21h19

A pior semana já registrada no Brasil em toda a pandemia de covid-19 fez com que o país puxasse a alta mundial de casos. Na edição #75 do Baixo Clero, o colunista Diogo Schelp trouxe a informação: 43% do aumento é de nossa responsabilidade.

Os dados são do site Our World in Data, com estatísticas da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. Na última semana de fevereiro, entre os dias 21 e 27, o mundo teve alta de 6,6% em novos casos. Destes, quatro a cada dez infectados são do Brasil.

"Teve uma queda mundial em janeiro e, em meados de fevereiro, os casos começaram a aumentar de novo. Descobri que o Brasil é responsável por 43% da alta", revela o jornalista (veja a partir de 6:40 no vídeo acima), que detalhou a pesquisa em um texto.

Hoje, o Brasil registrou 1.361 novos óbitos causados pela covid-19. Não é o número mais alto na pandemia, contudo, define a maior média móvel, com 1.786 mortes médias ao longo dos últimos sete dias. São 43 dias seguidos com média acima de mil mortes diárias.

"O Brasil ajudou a puxar para cima a curva de novos casos, revertendo uma tendência de queda. Atualmente, os casos diários no Brasil representam 14% do total no mundo", acrescenta o jornalista (veja a partir de 7:10 no vídeo acima).

Os números atuais são explicados pela falta de coordenação de um plano único para lidar com a pandemia em todo o país. A análise é da convidada Mariana Varella, jornalista e editora do Portal Drauzio Varella.

"Não temos nenhuma campanha por parte do Ministério da Saúde, ao contrário. Vimos atitudes negacionistas do governo, que minimizou a gravidade da pandemia. Isso tudo deixa a população confusa", afirma (veja a partir de 10:00 no vídeo acima).

Segundo ela, a falta de ações e o repasse de responsabilidade de agir contra a pandemia aos estados comprometeu o combate efetivo à pandemia.

"Faltou ação coordenada do Ministério. Precisávamos desde o começo várias ações coordenadas, um plano de ação que não aconteceu até agora", diz (veja a partir de 11:20 no vídeo acima), acrescentando que o Brasil tem "um ministro que não entende de saúde pública", em relação a Eduardo Pazuello, titular da pasta.

Uma resposta para a proliferação do vírus é deixar as pessoas em casa e fechar o comércio, o lockdown. Para a colunista do UOL Maria Carolina Trevisan, titular do Baixo Clero, algo praticamente impossível de acontecer no Brasil.

"A chance é pequena [de um lockdown] nacional, de o [presidente Jair] Bolsonaro fale: 'vamos conter o momento agudo da pandemia'. Todas as previsões dão conta de que março será o mês mais fúnebre de toda a história de nosso país", alerta ela (veja a partir de 12:40 no vídeo acima).

Uma alternativa, segundo ela, é que outros governos (estaduais e municipais) e entidades sociais se unam para pressionar o Ministério da Saúde. "Se não tem uma coordenação, dá problema", diz.

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