Brasil tem novo recorde na média de mortes e registra 1.786 óbitos em 24 h
Pelo sexto dia seguido, o Brasil registrou a mais alta média móvel de mortes por covid-19 em toda a pandemia. Nesta quinta-feira (4), o país teve uma média de 1.361 óbitos pela doença nos últimos sete dias. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, com base nas informações transmitidas pelas secretarias estaduais de saúde.
Após bater o recorde de mortes por covid-19 em um intervalo de 24 horas por dois dias consecutivos, o Brasil registrou 1.786 novas vítimas de ontem para hoje - a segunda maior marca em toda a pandemia.
Já são 43 dias consecutivos nos quais o Brasil apresenta média móvel de mortes por covid-19 acima de mil — o maior período em toda a pandemia. Os sucessivos recordes comprovam que o país passa por seu pior momento desde março de 2020. Vários estados enfrentam situações críticas, à beira de um colapso em seus sistemas de saúde, e têm endurecido medidas restritivas para tentar reduzir o avanço da doença.
As nove maiores médias móveis de mortes por covid-19 no Brasil foram verificadas nos últimos nove dias:
- 4 de março - 1.361
- 3 de março - 1.332
- 2 de março - 1.274
- 1º de março - 1.223
- 28 de fevereiro - 1.208
- 27 de fevereiro - 1.180
- 25 de fevereiro - 1.150
- 26 de fevereiro - 1.148
- 24 de fevereiro - 1.129
Com isso, o país mantém a tendência de aceleração que acumula há quatro dias. Hoje a alta foi de 30% na comparação com 14 dias atrás.
Desde o começo da pandemia, a covid-19 causou a morte de 261.188 pessoas no Brasil. Dos 5 dias com maior número de óbitos, 4 foram nos últimos sete dias (os números não indicam quando os óbitos ocorreram de fato, mas, sim, quando passaram a contar dos balanços oficiais):
- 3 de março de 2021 - 1.840
- 4 de março de 2021 - 1.786
- 2 de março de 2021 - 1.726
- 25 de fevereiro de 2021 - 1.582
- 29 de julho de 2020 - 1.554
Oito estados registraram mais de cem óbitos de ontem para hoje. O total de vítimas apenas nestes estados chega a 1.215:
- São Paulo - 313
- Rio Grande do Sul - 188
- Minas Gerais - 160
- Ceará - 122
- Goiás - 112
- Bahia - 111
- Paraná - 105
- Rio de Janeiro - 104
Ao todo, 16 estados e o Distrito Federal apresentam tendência de alta, enquanto apenas dois têm queda. Outros 8 mantêm índices estáveis.
Das regiões, Norte (-8%) e Sudeste (8%) se mantiveram estáveis. As demais apresentam tendência de aceleração: Centro-Oeste (26%), Nordeste (64%) e Sul (110%).
De ontem para hoje, houve 74.285 diagnósticos positivos para o novo coronavírus no Brasil. Desde o início da pandemia, o total de infectados subiu para 10.796.506.
Dados da Saúde
Em boletim divulgado nesta quinta-feira (4), o Ministério da Saúde divulgou que o Brasil registrou 1.699 novas mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, houve 260.970 óbitos provocados pela doença em todo o país.
Ontem (3), pelos dados do Ministério, o Brasil teve o número mais alto de novas mortes por covid-19 em um intervalo de 24 horas: foram 1.910. O recorde anterior havia sido verificado um dia antes: em 2 de março, foram 1.641 vítimas.
Pelos números da pasta, houve 75.102 casos confirmados de covid-19 no país de ontem para hoje, chegando a um total de 10.793.732 infectados desde o começo da pandemia.
Segundo o governo federal, 9.637.020 pessoas se recuperaram da doença, enquanto outras 895.742 estão em acompanhamento.
Veja a situação por estado e no Distrito Federal:
Região Sudeste
- Espírito Santo: estável (-4%)
- Minas Gerais: estável (6%)
- Rio de Janeiro: estável (-9%)
- São Paulo: acelerado (18%)
Região Norte
- Acre: aceleração (34%)
- Amazonas: queda (-27%)
- Amapá: queda (-26%)
- Pará: estável (6%)
- Rondônia: estável (3%)
- Roraima: estável (11%)
- Tocantins: aceleração (135%)
Região Nordeste
- Alagoas: acelerado (20%)
- Bahia: aceleração (70%)
- Ceará: aceleração (104%)
- Maranhão: aceleração (113%)
- Paraíba: aceleração (56%)
- Pernambuco: estável (-10%)
- Piauí: aceleração (90%)
- Rio Grande do Norte: aceleração (118%)
- Sergipe: aceleração (33%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: aceleração (69%)
- Goiás: aceleração (20%)
- Mato Grosso: estável (14%)
- Mato Grosso do Sul: acelerado (43%)
Região Sul
- Paraná: aceleração (55%)
- Rio Grande do Sul: aceleração (138%)
- Santa Catarina: aceleração (165%)
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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