'Poucos países vivem um negacionismo tão grande', diz Dimas Covas
Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, afirmou hoje que o Brasil é negacionista em relação à pandemia do novo coronavírus. Segundo ele, as medidas de prevenção contra a covid-19 são combatidas em poucos países, assim como acontece no Brasil. A declaração foi dada durante o evento Frente à Covid, da Academia Nacional de Medicina.
"Poucos países têm vivido um negacionismo tão grande em relação às medidas de combate a epidemia [como o distanciamento social e o uso de álcool]. No Brasil, vemos nossas autoridades estimularem o contrário, não o combate, mas sim a disseminação como uma engenharia social perversa para favorecer a chamada imunidade de rebanho. É um incentivo para a transmissão do vírus".
Hoje, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a atacar a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) para usar o isolamento social como um dos principais recursos de controle da covid-19. Em meio ao pior momento da pandemia no país, Bolsonaro chamou as determinações de fechamento de atividades não essenciais de "frescura" e "mimimi".
Durante o evento, Dimas ressaltou a gravidade da pandemia no Brasil. "Um ano depois do primeiro caso, mais de 20 estados estão alcançando o limite de sua capacidade hospitalar e temos uma nova variante do vírus que promete ser muito mais agressiva do ponto de vista da transmissão. O que diz muito sobre o que está acontecendo hoje no país".
Após bater o recorde de mortes por covid-19 em um intervalo de 24 horas por dois dias consecutivos, o Brasil registrou 1.786 novas vítimas de ontem para hoje - a segunda maior marca em toda a pandemia.
O diretor do Butantan, laboratório que está produzindo a vacina CoronaVac no Brasil, ainda disse que a pandemia vai demorar para acabar. "Vamos ter um período de embate muito grande, a pandemia está crescendo no mundo. Nessa semana, o mundo teve alta de 7% no número de casos e o Brasil, lentamente, vai assumindo a liderança desse processo no mundo. Em uma semana, o país teve crescimento de 11% no número de casos e de mais de 25% no número de óbitos", enfatizou.
"Diferente do que foi lá atrás, quando o vírus não tinha sido introduzido em todos os locais, todo o Brasil está agora na mesma onda. Não há mais escapatória."
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