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CE: Médica faz apelo a jovens sobre 'furacão covid' e diz: 'padrão mudou'

Do UOL, em São Paulo

06/03/2021 13h00Atualizada em 06/03/2021 14h23

A médica intensivista Geórgia de Oliveira, que trabalha no Hospital Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte (CE), fez um apelo aos jovens em relação à atual onda de casos da doença no Brasil. Em vídeo publicado pela secretaria estadual de Saúde do Ceará, a médica disse que o "furacão covid-19' tem afetado com mais gravidade a faixa etária dos 25 a 45 anos.

"Cada vez mais nós temos visto jovens na faixa etária de 25 a 45 anos nas nossas UTIs, o padrão mudou totalmente. A doença 'mutacionou', não estabilizou. Ela agora está afetando pessoas mais jovens, e mais jovens que nós estamos recebendo casos cada vez mais graves", disse.

"A doença que não é uma gripezinha, pode até aparecer nos primeiros dias, depois elas se transformam num furacão, que chamamos de furacão covid", completou.

Médicos têm relatado um aumento no número de jovens internados em estado grave em relação às ondas de 2020. Estudos estão em andamento para determinar se a situação é resultado do aumento de casos em pessoas na faixa etária ou de mutações que mudaram as características do vírus.

"O que temos para fazer é sensibilizar e tentar tirar aquela pessoa que é tão jovem daquela fase tão crítica. Que todo mundo possa pensar, entender e compreender que é mais um apelo, mas um apelo de uma pessoa que todos os dias vê a gravidade nos olhos. Os pacientes pedindo para não morrer e as famílias aflitas porque não querem perder o ente querido. Não seja você essa pessoa, essa família", disse Geórgia de Oliveira.

Empatia

Na mensagem, Geórgia de Oliveira também pediu empatia da população aos profissionais de saúde, dizendo que é o momento de ter mais carinho e afeto.

"Nós também estamos aqui todos os dias trabalhando, a gente só queria que o mundo entendesse que podemos ter empatia, a gente pode ver a dor do outro e a gente não pode não fazer nada. Se o 'fazer nada' for ficar em casa, vamos ficar em casa para não nos transformarmos em estatísticas, não ser mais um, não aumentar esses números", disse.

"Que a sociedade possa aprender que 'essa gripezinha' já levou o amor de muita gente embora e a dor que eles sofreram, nós também sofremos quando a gente vê o pai, a mãe, o avô, não poder ter um enterro digno, não poder ter um final digno que ele precisa. E não poder, infelizmente, olhar no olho do familiar e poder entregar aquela pessoa", completou.