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Florianópolis cogita usar vacina tríplice viral contra covid, diz prefeito

Vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) - WILLIAN MOREIRA/FUTURA PRESS
Vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) Imagem: WILLIAN MOREIRA/FUTURA PRESS

Do UOL, em São Paulo

09/03/2021 19h48

O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM-SC), cogitou hoje a possibilidade de usar a vacina tríplice viral — também conhecida como MMR, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola— no combate à covid-19. Um grupo de professores da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), que tem estudado os efeitos do imunizante contra a covid-19, apresentou resultados animadores, segundo o chefe do Executivo municipal.

"A nossa equipe técnica está analisando a pesquisa. Há possibilidade real de usarmos", afirmou ele, em post publicado nas redes sociais.

De acordo com o prefeito, os resultados da pesquisa com a vacina indicam uma eficácia de 76% contra internação hospitalar e 42% contra os sintomas, e ajudaria a reduzir a carga viral. A ideia do chefe de Loureiro seria utilizar o imunizante em grupos não prioritários, maiores de 18 anos.

"Vamos aguardar a publicação oficial da pesquisa, a análise pelos pares, e, em caso positivo, preparar uma estratégia para as próximas semanas. Parabéns a nossa UFSC e aos professores envolvidos", escreveu.

Vale ressaltar que, apesar dos resultados promissores, mais estudos precisam ser realizados para concluir se a vacina tríplice viral pode ser eficaz contra a covid-19 e atenuar os sintomas da infecção.

Estudo nos EUA

Em fevereiro, um estudo mBio, jornal científico da American Society for Microbiology, já havia revelado que quem foi imunizado com a vacina tríplice viral parece ter sintomas mais leves do novo coronavírus.

Os pesquisadores dividiram 80 pessoas em dois grupos e analisaram quem tinha sido vacinado e os níveis de gravidade da covid-19 —50 pessoas tinham anticorpos por meio da vacina e 30 indivíduos teriam anticorpos por outros meios, incluindo já ter tido as doenças (sarampo, caxumba e rubéola) anteriormente.

Os pesquisadores apontaram que as pessoas com menos de 42 anos que foram imunizadas com a vacina tiveram sintomas menos graves da covid-19.

De acordo com os cientistas, isso também explicaria porque as crianças são menos atingidas pela doença em comparação com os adultos, assim como apresentam uma taxa de mortalidade muito menor.

"A maioria das crianças recebe a primeira vacinação MMR por volta dos 12 a 15 meses de idade e a segunda dos 4 aos 6 anos de idade. Este é o primeiro estudo imunológico que avaliou a relação entre a vacina e a covid-19. Ela é considerada segura com muito poucos efeitos colaterais. Se tiver ainda o benefício de prevenir a covid-19, a disseminação da doença e sua gravidade, a vacinação compensa muito", destacou David J Hurley, coautor do estudo, professor e microbiologista molecular da Universidade da Geórgia (EUA).