Metade das cidades de São Paulo com UTI para covid está com leitos lotados
O estado de São Paulo já apresenta hoje 53 cidades com 100% de ocupação dos seus leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) para covid-19, em uma demonstração prática da escalada da pandemia. De acordo com o Estadão Conteúdo, o estado tem 105 municípios com leitos de UTI para tratamento da doença, portanto mais da metade das cidades já não têm mais vagas.
Com o aumento crescente no número de novos internados, o estado tem 87,6% de ocupação dos leitos de terapia intensiva dedicados à doença, enquanto na Grande São Paulo essa taxa é de 86,7%. Para leitos públicos, a última atualização divulgada pelo governo apontava 1.065 pessoas na fila de espera por uma vaga de internação, das quais cerca de 35% precisam de UTI.
Os índices são os mais altos já apresentados pelo estado durante a pandemia e foram apresentados pelo secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn. Como resposta, a gestão do governador João Doria (PSDB) anunciou uma fase emergencial do Plano São Paulo que entrará em vigor a partir de segunda-feira (15) e vai até o dia 30.
O objetivo é tirar 4 milhões de pessoas das ruas. No total, 14 atividades sofrerão mais restrições. Lojas de material para construção deverão permanecer fechadas e os restaurantes não poderão mais entregar refeições no estabelecimento (o chamado "take away"), por exemplo.
Um dado comparativo mostra a gravidade da pressão exercida sobre o sistema de saúde no estado. De acordo com o governo paulista, há três dias, na segunda-feira (8), apenas 32 municípios já apresentavam colapso em unidades de saúde.
Este é o momento mais difícil da pandemia no nosso estado. É o país que vive, mas especialmente nosso estado enfrenta a maior crise sanitária de todos os tempos. Com a velocidade da pandemia, acometendo mais pessoas em curto espaço de tempo, nossos hospitais estão comprometidos, chegando a 100% da ocupação. Estamos no limite.
Jean Gorinchteyn, secretário estadual de Saúde
Os membros do Centro de Contingência do Coronavírus concordam que, se as medidas não forem respeitadas, não será possível garantir atendimento a pacientes com covid-19 ou outras doenças, e o número de mortes vai aumentar ainda mais.
Não vai ter leito para todo mundo, e os médicos vão ter que escolher quem vai ocupar esses leitos.
João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência
Esporte, lazer e atividades do dia a dia sofrerão alterações
A "fase emergencial", anunciada hoje pela gestão Doria, terá novas restrições e maior aperto do que a atual, vermelha. Igrejas terão as atividades presenciais interrompidas, e os campeonatos de futebol ficarão suspensos.
Doria também determinou um toque de recolher das 20h às 5h, com o objetivo de diminuir significativamente a circulação de pessoas à noite. Apenas as atividades essenciais seguem autorizadas, mas lojas de material de construção foram retiradas da lista. Também haverá proibição do uso de parques e praias.
Outra medida anunciada foi a antecipação do recesso escolar nas escolas da rede estadual. Entre os dias 15 e 28, as unidades não terão atividades presenciais. O secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, diz que a recomendação é que as redes municipais e particular tomem medida semelhante. O atendimento a alunos vulneráveis, entretanto, deve continuar —com oferecimento de alimentação e material escolar.
Parques e praias não vão funcionar. E o governo sugeriu um horário de entrada escalonado para atividades que vão continuar funcionando, para evitar aglomeração no transporte público.
Mais 30 a 40 mortes por dia
Segundo o Centro de Contingência do Coronavírus, nas últimas semanas, o número de óbitos pela covid têm aumentado entre 30 e 40 mortes por dia.
Atualmente, São Paulo tem 20.876 pessoas internadas em recuperação da doença causada pelo coronavírus. Destas, 9.184 estão em leitos de UTI e 11.692 em enfermarias. Até agora, 63.010 pessoas já perderam a vida por causa da covid-19 no estado.
* Com informações do Estadão Conteúdo
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